Campo Grande (RV) - Um protesto contra a violência que atinge a população indígena
de Mato Grosso do Sul cobriu com mais de 250 cruzes o jardim da Igreja Santo Antônio,
no centro de Campo Grande. Segundo a Mediamix, o ato chama a atenção de quem passa
pelo local, mas as opiniões se dividem sobre de quem é a culpa pela situação fundiária
no Estado.
Com uma das maiores populações indígenas brasileiras, o território
sul-mato-grossense é hoje palco dos principais conflitos pela regulamentação de terras
no país. É também onde se registraram 55% dos assassinatos de indígenas registrados
no Brasil, segundo dados do CIMI (Conselho Indigenista Missionário).
O caso
recente mais famoso foi o ataque a índios Guarani acampados na região de Guavyri,
em Aral Moreira. Na ocasião, desapareceu o cacique Nísio Gomes. Até o momento, quatro
fazendeiros foram indiciados pelo inquérito da Polícia Federal, mas a possível morte
do líder não foi confirmada oficialmente.
Entretanto, a Fundação Nacional do
Índio (Funai), em Brasília, aprovou os estudos realizados em Mato Grosso com a finalidade
de reconhecer um novo território indígena: Wedezé, localizada no município de Cocalinho,
a 765 km de Cuiabá, e de ocupação da etnia Xavante.
A coleta de informações
começou ainda no ano de 2009 e foi realizada por um grupo técnico nomeado pelo governo
federal. De acordo com a fundação, o território possui 145.881 hectares e está localizada
na margem direita do Rio das Mortes, paralelo à terra indígena Pimentel Barbosa, que
se situa na margem oposta.
Conforme a coordenação regional da FUNAI, “este
é o primeiro passo para que futuramente possa ser reconhecido como terra indígena.
Depois de feitos os estudos, é nomeado um grupo técnico que faz o trabalho de campo
e define o tamanho dessa área a ser homologada, se for o caso”. (CM)