Nigéria: Líder muçulmano propõe encontro nacional para enfrentar violência
Abuja (RV) – O clero muçulmano da Nigéria condenou de maneira unânime os atentados
contra os cristãos no dia de Natal.
Ao final de um encontro com o Presidente
do país, Goodluck Jonathan, realizado na terça-feira, o sultão de Sokoto, Muhammad
Sa'ad Abubakar, a autoridade religiosa de referência para todos os muçulmanos nigerianos,
afirmou que "não existe nenhum conflito entre Islã e Cristianismo, mas somente entre
pessoas más que atacam pessoas boas". Segundo ele, neste caso, somente a unidade nacional
pode derrotar essas pessoas.
"Queremos garantir a todos os nossos irmãos e
líderes cristãos que estamos comprometidos com o caminho da verdade, de acordo com
a nossa religião e que seguiremos trabalhando, com a ajuda de Deus, pela grandeza
deste país", acrescentou Abubakar.
O sultão propôs ao Presidente nigeriano,
de religião cristã, um grande encontro nacional que inclua todos os líderes religiosos
e chefes tribais para enfrentar a situação.
Também o Jama'atu Nasril Islam
(JNI), o organismo "político" dos islâmicos nigerianos, se desassociou dos atentados,
destacando que o "Islã é contrário a todo tipo de violência" e que os atentados de
Natal são "um ataque aos princípios e aos ensinamentos do Alcorão".
Para a
Associação dos Cristãos da Nigéria (Can), "a situação no país está sempre mais delicada
e poderia degenerar numa guerra de religião à qual o país não conseguiria sobreviver.
Depois da violência contra os cristãos, que mataram 40 pessoas, pelo menos
90 mil pessoas abandonaram suas casas no sudeste da Nigéria. (BF)