2011-12-28 10:32:33

Bispos coreanos querem que o povo seja ouvido sobre questão nuclear


Wonju (RV) – A Comissão Justiça e Paz da Diocese de Wonju, na Coreia do Sul, pede que se respeite a vontade popular sobre a questão nuclear.

A empresa estatal “Korea Hydro and Nuclear Power” (KHNP) anunciou ter escolhido dois lugares para a construção de usinas: a região de Yeongdeok-gun e a cidade de Samcheok, na Diocese de Wonju. A escolha deve agora ser avaliada do ponto de vista ambiental e até o fim de 2012 o governo de Seul dará seu voto final.

Mas segundo a Igreja local, pelo menos três quartos da população é contrária ao projeto e este número está aumentando depois do desastre nuclear de Fukushima, no Japão, em março passado. Ao lado do povo, a Comissão Justiça e Paz afirma que a decisão da estatal é “uma escolha unilateral que representa uma violência do Estado contra as pessoas”. Além disso, a Comissão lembra que o incremento das usinas atômicas na Coreia do Sul – onde já existem 21 e outras 11 estão em construção – é um contrassenso em relação à rejeição popular a este tipo de energia em todo o mundo, hoje.

Não é a primeira vez que a Igreja sul-coreana toma posição sobre o tema: em maio passado, o Presidente da Conferência Episcopal, Dom Peter Kaung U-il, escreveu um artigo intitulado “Reflexão cristã sobre a energia nuclear”, convidando a reexaminar as políticas sobre o nuclear e adotar critérios de eco-sustentabilidade.

“Em caso de acidentes – dizia o bispo de Cheju – os custos para o conserto seriam muito maiores do que os benefícios de sua utilização”. Dom Kaung relevava também o problema do que fazer com o lixo radioativo que, se enterrado, contamina terrenos e águas. Enfim, o bispo concluía seu artigo recordando que “o meio ambiente é um dom do Criador, é de todos, e, portanto deve ser respeitado”.
(CM)







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