Missa do Galo: Papa convida fiéis a olharem o Natal para além da festa dos negócios
Cidade do Vaticano (RV) - Bento XVI presidiu na noite de sábado, na Basílica
Vaticana, a santa missa da Noite de Natal, também chamada Missa do Galo.
Olhar
para além da "festa dos negócios": este foi o auspício do Pontífice durante a missa
da Noite de Natal. No centro de sua homilia, a mensagem de paz e de bondade trazida
por Deus, que se fez pequeno como uma criança. Em seguida, o Santo Padre convidou
os fiéis a viverem o Natal com humildade e simplicidade, rezando, em particular, pelos
pobres e migrantes.
"Quem é Ele verdadeiramente? Deus é pura bondade" – ressaltou
o Pontífice. Sim, Deus é pura bondade: essa é a verdadeira resposta à pergunta que
inquieta o coração do homem, ontem como hoje, sobretudo para quem não mais consegue
"reconhecer Deus na fé".
Deus é bom e essa é "a consoladora certeza que nos
é dada no Natal", disse o Papa aos fiéis presentes na Basílica Vaticana, um mosaico
de rostos e cores provenientes de várias partes do mundo, todos reunidos para celebrar
o Senhor Deus Menino:
"Deus manifestou-Se… como menino. É precisamente assim
que Ele Se contrapõe a toda a violência e traz uma mensagem de paz. Neste tempo, em
que o mundo está continuamente ameaçado pela violência em tantos lugares e de muitos
modos, em que não cessam de reaparecer bastões do opressor e vestes manchadas de sangue,
clamamos ao Senhor: Vós, o Deus forte, manifestastes-Vos como menino e mostrastes-Vos
a nós como Aquele que nos ama e por meio de quem o amor há-de triunfar. Fizestes-nos
compreender que, unidos convosco, devemos ser artífices de paz."
"A violência
perdura no mundo", constata com pesar Bento XVI, mas rezemos para que a paz de Deus
"vença neste mundo"". E no Natal – a "festa das festas", como a chamava São Francisco
de Assis – redescubramos o centro da liturgia mediante "a humanidade de Jesus":
"No
menino do estábulo de Belém, pode-se, por assim dizer, tocar Deus e acarinhá-Lo. E
o Ano Litúrgico ganhou assim um segundo centro numa festa que é, antes de mais nada,
uma festa do coração."
Sem ter nada de sentimentalismos – continuou o Santo
Padre –, a humanidade de Jesus revela "o grande mistério da fé":
"Neste ser
menino, tornou-se-lhe clara a humildade de Deus. Deus tornou-Se pobre. O seu Filho
nasceu na pobreza do estábulo. No menino Jesus, Deus fez-Se dependente, necessitado
do amor de pessoas humanas, reduzido à condição de pedir o seu, o nosso, amor."
E
é por isso que é preciso viver o Natal de modo humilde e simples – reiterou Bento
XVI:
"Hoje, o Natal tornou-se uma festa dos negócios, cujo fulgor ofuscante
esconde o mistério da humildade de Deus, que nos convida à humildade e à simplicidade.
Peçamos ao Senhor que nos ajude a alongar o olhar para além das fachadas lampejantes
deste tempo a fim de podermos encontrar o menino no estábulo de Belém e, assim, descobrimos
a autêntica alegria e a verdadeira luz." (RL)