Natal em Belém: amor do Menino Jesus é mais forte do que muros que separam
Jerusalém (RV) - Clima de grande alegria em preparação para o Natal no Caritas
Baby Hospital de Belém, na Terra Santa, que oferece cuidados médicos, assistência
de saúde e psicológica às crianças atingidas por doenças crônicas, e às mães delas.
Hoje
é um dia particular também na Paróquia de Beit Jala, em Belém, que organizou uma grande
festa com as crianças do vilarejo e as suas famílias impossibilitadas de participar
das celebrações do Natal, presididas pelo Patriarca Latino emérito de Jerusalém, Dom
Michel Sabbah.
Trata-se de um Natal diferente para a comunidade local que vive
a expropriação, por parte de Jerusalém, de 1.200 hectares de terreno agricultável
fundamental para a vida e a economia dos habitantes.
A propósito, eis o que
disse o Pároco de Beit Jala, Pe. Ibrahim Shomali, entrevistado pela Rádio Vaticano:
Pe.
Ibrahim Shomali: "Antecipamos a Festa do Natal para as crianças que não poderão
vir à meia-noite, e no dia 25 festejaremos o Natal com elas. O que queremos transmitir
a essas crianças com essa idéia é que, mesmo se vivemos uma situação muito difícil,
quer política como economicamente, devemos sempre manter a esperança, a esperança
em Jesus Menino que nasce também para essas crianças para dar-lhes a paz e a serenidade,
ao menos interior."
O pároco nos diz, ainda, sobre como estes dias estão sendo
vividos em família:
Pe. Ibrahim Shomali:- "Vivem com alegria, mas vivem
também com um pouco de ânsia porque a situação não é certamente muito boa. Estamos
perdendo uma parte dos nossos territórios: de fato, o último pedaço que restou para
os cristãos, para o povo de Beit Jala, para a zona de Belém, será confiscado para
a construção do muro. Pretendo a segurança, Israel quer construir esse muro do qual
todos têm conhecimento: o muro chegou à nossa zona. O problema é que, na realidade,
o muro não será construído por razões de segurança: se fosse por motivo de segurança,
poderiam construí-lo na "linha verde". Ao invés, vão construí-lo em nosso território
– subtraindo-nos 1.200 hectares, habitados por 57 famílias – para unir duas colônias
judaicas. É por tudo isso que os nossos sentimentos são de um pouco de raiva e também
de falta de esperança pelo futuro. É por isso que buscamos dar um pouco de esperança
a todas as nossas crianças, de modo que elas possam depois dar esperança a seus pais,
a sua famílias, porque as crianças são a esperança da Igreja." (RL)