Repórteres sem Fronteiras: mortes e prisões de jornalistas aumentaram em 2011
Paris (RV) - A Primavera Árabe fez de 2011 um dos anos mais perigosos para
o exercício da profissão de jornalista, segundo um relatório da organização Repórteres
Sem Fronteiras divulgado nesta quinta-feira. Ao longo do ano, 66 profissionais de
mídia foram mortos e mais de mil foram presos, a maioria na cobertura de revoluções
árabes, mas também no México, onde a guerra entre narcotraficantes é cada vez mais
ameaçadora para os jornalistas.
O índice de mortes é 16% superior a 2010,
quando 57 repórteres perderam a vida durante o exercício da profissão. Vinte profissionais
morreram trabalhando no Oriente Médio. Pelo segundo ano consecutivo o Paquistão é
o país onde mais jornalistas perderam a vida, com dez vítimas.
Já o número
de prisões, 1.044, representa quase o dobro do registrado no ano passado, que teve
um total de 535. Repórteres sem Fronteiras considera que a China, o Irã e a Eritreia
"continuam sendo as maiores prisões do mundo para a imprensa".
A organização
explica que a explosão do número de prisões se deve às revoltas populares na África
do Norte e à contestação em países como o Sudão, o Azerbaijão, a Grécia, Uganda, o
Chile ou ainda os Estados Unidos, com o movimento Ocupe Wall Street.
A praça
Tahrir no Cairo, a cidade de Misrata na Líbia e o estado de Veracruz no México figuram
entre os dez lugares mais perigosos para os jornalistas, segundo Repórteres Sem Fronteiras.
(Rfi)