Mercosul: o desafio da integração

Cidade do Vaticano (RV) – O desafio da integração. Assim, o jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano, noticia a reunião de cúpula do Mercosul, que será realizada esta terça-feira em Montevidéu, no Uruguai.

Segundo o jornal vaticano, a integração não somente econômica é o maior desafio de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, 20 anos depois da criação do Mercado Comum da América do Sul. Economias que não são mais emergentes, pois hoje registram índices de crescimento comparáveis ao da China e podem "enfrentar a crise global sem temores".

Citando Argentina e Brasil como as maiores economias do continente, o jornal destaca os progressos realizados pelo Mercosul nos últimos anos. Em especial, o acordo que permitirá a livre circulação e os mesmos direitos aos cidadãos do bloco.

A notícia cita ainda a criação da Comunidade dos Estados latino-americanos e do Caribe (Celac), instituído no início deste mês por chefes de Estado e de Governo de 33 países em Caracas, na Venezuela.

A Venezuela, aliás, será um temas desta Cúpula do Mercosul. Os presidentes dos países-membros devem planejar uma fórmula para destravar a complexa e demorada adesão da Venezuela como membro pleno, que está pendente desde 2006.

A questão da entrada da Venezuela acontece em um momento no qual o Equador, outro membro associado ao Mercosul, se prepara para também solicitar sua adesão plena ao bloco, o que deve fazer através de seu presidente, Rafael Correa, um dos participantes da cúpula desta terça-feira.

Outro tema em debate será crise econômica europeia. A presidente Dilma Rousseff, juntamente com os presidentes do Paraguai, Fernando Lugo, do Uruguai, José Mujica, e da Argentina, Cristina Kirchner, deverão definir medidas que assegurem o fortalecimento das economias do bloco e protejam seus mercados consumidores.
O comércio entre os países do bloco deve registrar em 2011 uma expansão de 20% em relação ao ano passado, quando as trocas comerciais movimentaram 44,5 bilhões de dólares. Deste total, quase 90% envolveram negócios com o Brasil.

Um dia antes da cúpula, nesta segunda-feira, o Conselho do Mercado Comum – formado pelos ministros das Relações Exteriores e da Economia dos Estados-membros – reuniu-se para iniciar os debates econômicos. Durante o encontro, será assinado um Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a Palestina. O objetivo é reduzir barreiras com o novo parceiro comercial, que ainda busca reconhecimento junto à Organização das Nações Unidas. (BF)