Na mensagem do Papa para o dia mundial da paz 2012 o apelo a uma nova «arquitetura»
económica e financeira internacional
(17/12/2011) O secretário do Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), organismo
da Santa Sé, defendeu esta sexta feira a necessidade de uma “reforma” da ONU e de
uma nova “arquitetura económica e financeira internacional”. D. Mario Toso falava
no Vaticano, em conferência de imprensa, durante a apresentação da mensagem de Bento
XVI para o 45.º Dia Mundial da Paz, dedicada em 2012 ao tema ‘Educar os jovens para
a justiça e para a paz’. No documento, o Papa pede “adequadas modalidades de redistribuição
da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de
resolução dos conflitos”. Para o secretário do CPJP, esta afirmação obriga a “tomar
conta das novas exigências do bem comum mundial e da justiça social global”. O
prelado italiano falou das questões suscitadas pelas migrações, a pobreza, a dívida
externa, a queda de regimes ditatoriais, a crise financeira, alimentar e ecológica,
bem como da “transformação da democracia, num sentido populista, oligárquico”. Citando
a recente nota do CPJP sobre “uma autoridade pública de competência universal”, D.
Mario Toso considerou que a comunidade internacional precisa de uma “autoridade política
proporcional, articulada em diversos planos”, para poder responder às “exigências
de uma justiça social global”. Presente na conferência de imprensa, o cardeal Peter
Turkson, presidente do Conselho Pontifício, aludiu às “manifestações de jovens em
quase todas as capitais europeias”, admitindo que 2012 se vai iniciar “num clima de
pessimismo e desconfiança”. Este responsável diz que mensagem do Papa para o próximo
Dia Mundial da Paz, celebrado a 1 de janeiro, contraria uma atitude generalizada de
“desespero” e propõe “um novo humanismo, uma nova aliança entre os seres humanos”,
para lá de uma “lógica tecnicista”.