Bispo da Guarda sublinha «sofrimento acrescido» e pede sobriedade numa quadra que
volta a ser vivida em «situação de crise»
(17/12/2011) O bispo da Guarda lembrou na sua mensagem de Natal o “sofrimento acrescido
para muitas pessoas e famílias” nesta quadra, destacando que a festa deste ano é novamente
marcada por uma “situação de crise”. D. Manuel Felício escreve que “as pessoas
sofrem e aumentam os casos de pobreza, sendo, com frequência pobreza envergonhada”. “Diminuem
os ordenados, cresce o número dos que perdem emprego, aumentam os impostos e taxas
para níveis muito desconfortáveis, pondo em causa a própria sustentabilidade económica
da sociedade; o poder de compra desce todos os dias, ainda que, em geral, de forma
silenciosa”, assinala o prelado. Para D. Manuel Felício, os recursos materiais
são “suficientes” para os 7 mil milhões de habitantes mundiais, mas não podem chegar
para “manter hábitos de consumo material desajustados à realidade, quer das necessidades
verdadeiras das pessoas quer da disponibilidade dos bens criados”. “Que a valorização
das famílias, a sobriedade no consumo, a solidariedade dirigida à situação de cada
um, na proximidade e atenção diárias sejam parte essencial da mudança de paradigma
da nossa vida em sociedade tão apregoada nos atuais tempos de crise”, apela. A
mensagem natalícia apresenta o exemplo da vida de Jesus, que “aceitou passar pelo
sofrimento e pela rejeição social, desde o primeiro momento da sua entrada na história,
porque não houve para ele lugar nas casas nem nas hospedarias, partilhando, assim,
a sorte dos excluídos”. O Natal, “é também festa da família”, exigindo “novas atitudes
da sociedade e das leis que a regulam para com a instituição familiar