2011-12-16 14:24:53

Rússia apresenta proposta de resolução para a Síria: diplomatas ocidentais dispostos a negociar


(16/12/2011) A Rússia pôs a circular no Conselho de Segurança das Nações Unidas uma nova proposta de resolução sobre a Síria, numa iniciativa que surpreendeu as potências ocidentais, mas que foi bem acolhida, apesar de não avançar com qualquer sugestão de sanções contra o regime do Presidente Bashar al-Assad.
O texto condena a violência no país, que se arrasta há nove meses com uns estimados 5000 mortos, tanto por parte das forças de segurança do regime como pelas da oposição. E pela primeira vez inclui uma referência à “força desproporcionada usada pelas autoridades” e pede explicitamente ao Governo sírio para “pôr fim à repressão daqueles que usam os seus direitos de liberdade de expressão, reunião pacífica e associação”.
Diplomatas ocidentais nas Nações Unidas, sob anonimato, notaram em declarações às agências noticiosas que o texto é “fraco”, não reflectindo a gravidade actual de violação dos direitos humanos na Síria, uma vez que não contém nenhuma penalização do regime de Assad, mas sinalizaram que estão dispostos a negociar os termos apresentados – o que abre a porta a uma solução no Conselho para ultrapassar o impasse em que ficou mergulhada a primeira proposta de resolução.
Os Estados Unidos e aliados europeus insistem que o Governo de Damasco deve ser responsabilizado em primeira linha pela violência na Síria, invocando a brutal repressão das autoridades sobre as primeiras manifestações no país – que eclodiram por meados de Março – então num protesto contra a corrupção.
O regime respondeu prontamente com a mobilização de tanques e tropas para as cidades revoltosas, com activistas no terreno a denunciarem práticas generalizadas de ataques contra os manifestantes, detenções maciças e tortura de detidos pelas forças de segurança.
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, alertou já que a situação é de uma “guerra civil”, conforme o confronto se foi agudizando com o número crescente de soldados a desertarem para a oposição e a transformarem esta convulsão num cada vez mais intenso conflito armado.








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