Pastoral da Criança satisfeita com aprovação na Câmara da "Lei da Palmada"
Brasília (RV) - A Comissão Especial da Câmara Federal aprovou na quarta-feira,
14, o Projeto de Lei (7672/10) que pune os pais que batem nos filhos e proíbe os castigos
físicos contra crianças e adolescentes. O projeto, conhecido como "Lei da Palmada",
determina que as suspeitas de maus-tratos sejam comunicadas ao Conselho Tutelar de
cada cidade. O texto determina aos pais infratores penas socioeducativas e até o afastamento
dos filhos.
O projeto especifica que crianças e adolescentes devem ser protegidos
do castigo físico "em que há o uso da força e resulta em sofrimento e lesão". No entendimento
dos integrantes da comissão, o texto, na prática, proíbe a palmada. Mas a interpretação
sobre que tipo de palmada resulta em sofrimento ficará a cargo da Justiça. O projeto
agora seguirá para o Senado.
Para o gestor de relações institucionais da Pastoral
da Criança, Clóvis Boufleur, "há milhões de exemplos de vida de famílias que mostram
ser possível dar um basta à violência". É preciso insistir em formas de educação e
diálogo com as crianças e adolescentes sem o uso de castigos corporais ou de tratamento
cruel, diz ele. "Os pais devem entender que a violência, em todas as suas formas,
é inaceitável."
Ele recorda que o o Brasil é reconhecido como um dos países
com legislação mais avançada na área da infância e adolescência. "A distância entre
o que é descrito na lei e a realidade de milhões de crianças e adolescentes nos traz
hoje para este debate, e nos desafia a sermos mais incisivos na educação e no cuidado
sem uso de castigos corporais ou de tratamento cruel ou degradante. A pratica da lei
vem acompanhada de convencimento, insistência e paciência", afirma Clóvis.
Como
defendia a Dra. Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, "quem bate para ensinar,
ensina a bater". (BF)