2011-12-14 18:08:43

Igreja na África estimula a independência das mulheres do Continente


Nairobi (RV) – Posicionar-se diante da sociedade para dar prosseguimento a uma mudança positiva em direção ao desenvolvimento. Essa foi a recomendação da Igreja na África às mulheres do continente, feita ao término do Seminário realizado em Nairobi, Quênia, pela Comissão Justiça e Paz da Amecea, dedicado ao tema “Mulheres pela responsabilidade”.

Em nota, a Amecea, que é a Associação dos membros das Conferências Episcopais da África Oriental, afirma que as mulheres africanas sentem-se às margens da sociedade, muitas vezes por não proverem o próprio sustento. Os bispos reforçam que elas “devem tomar uma posição perante a sociedade, devem ter um papel ativo, porque a sociedade precisa delas. E, para tanto, elas devem acreditar nelas mesmas e nas próprias capacidades”.

O seminário pôs em discussão as maneiras pelas quais as mulheres podem tornar-se independentes, principalmente as “donas de casa”, que dependem financeiramente dos maridos. “Projetos femininos – lê-se na nota – acabam, muitas vezes, por falir devido a estereótipos que minam a confiança nelas, privando-as do apoio necessário por parte das suas comunidades de base”.

O documento dos bispos ainda denuncia que “as mulheres não são chamadas a participar dos projetos de luta contra a pobreza ou em prol da educação, sendo confinadas à esfera doméstica”. Para contrastar a situação, o Seminário sugere a instituição de encontros periódicos para que o universo feminino africano possa, aos poucos, tomar maior consciência das próprias qualidades, dos próprios direitos, promovendo ainda um encorajamento recíproco à própria independência.

A reflexão da Igreja na África, dessa forma, está alinhada à Exortação Apostólica de Bento XVI, Africae Munus. No documento, de fato, o Papa recorda que “as mulheres, na África, com os seus números talentos e dons insubstituíveis, trazem uma grande contribuição à família, à sociedade e à Igreja. (…) A Igreja e a sociedade precisam que as mulheres tenham todo o espaço que lhes é de direito no mundo, para que o ser humano possa viver sem se desumanizar completamente”.

Foi ressaltado no documento que “ainda são muito numerosas as práticas que humilham as mulheres e as diminuem, em nome da tradição ancestral”. O Pontífice, na Exortação, afirma que “os discípulos de Cristo devem combater insistentemente todo ato de violência contra as mulheres e denuncia-los”. O Papa pede também “o reconhecimento e a liberação da mulher, seguindo o exemplo dado por Cristo”. (ED)








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