Bispos dos EUA denunciam recorde de deportações no governo Obama
Los Angeles (RV) - Um grupo de 33 bispos estadunidenses de origem hispânica
exortou os imigrantes irregulares e não perderem a fé e a esperança, mesmo na ausência
de uma reforma migratória.
Nos Estados Unidos, existem 12 milhões de estrangeiros
sem visto de permanência. Em 2011, o governo do Presidente Barack Obama bateu o recorde
de deportações: 397 mil pessoas tiveram que abandonar o país.
A administração
garante que a maioria deles tinha antecedentes criminais, mas organizações que defendem
os direitos dos imigrantes afirmam que de cada 10 expulsões, de seis a sete não representam
uma ameaça séria para a segurança nacional.
Os Bispos recordam que muitos imigrantes
irregulares fazem os trabalhos mais duros, recebem um baixo salário e não têm seguro
de saúde, "mas ao invés de o Estado demonstrar gratidão, os trata como criminosos
porque violaram a atual lei de imigração".
Na carta pastoral, os prelados declararam-se
solidários com a dor das famílias que sofreram a deportação de algum membro e a frustração
dos jovens que cresceram no país e tiveram seus sonhos truncados por seu status migratório,
em referência a um projeto de lei para regularizar quem ingressou nos Estados Unidos
com menos de 15 anos – projeto que não obteve os votos necessários no Senado.
"Todas
estas situações clamam a Deus por uma solução digna e humana" – escrevem os Bispos,
que se comprometeram a seguir trabalhando por uma lei migratória que respeite a união
familiar e regularize os clandestinos.
Obama prometeu, durante a campanha
de 2008, que impulsionaria uma reforma migratória, mas outros temas, como os das guerras
no Iraque e no Afeganistão, a crise financeira e a reforma da saúde, adiaram esse
compromisso.
Esses dados foram divulgados pela Conferência Episcopal dos Estados
Unidos no dia 12, dia de Nossa Senhora de Guadalupe. (BF)