Paris (RV) – Uma cerimônia simbólica, nesta terça-feira, marcou a entrada da
Palestina como estado-membro da Unesco, que foi a primeira agência das Nações Unidas
a reconhecer a Palestina como estado-membro de pleno direito.
O Presidente
da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, a Diretora-Geral da agência, Irina
Bokova entre outros representantes estiveram presentes na cerimônia.
A Palestina
foi eleita como o 195º estado-membro da Unesco e admitida 31 de outubro durante a
36ª Conferência Geral da Organização. Somente 14 países se opuseram à entrada, que
foi efetivada no final de novembro, com a assinatura da Ata Constitutiva da Unesco.
O
voto não agradou os Estados Unidos, que considera que a adesão dos palestinos a organizações
internacionais só pode ser feita depois da assinatura de um acordo de paz com Israel.
Em represália, Washington anunciou a suspensão do financiamento à Unesco, privando
a organização de 22% de seu orçamento. Leis americanas proíbem a Casa Branca de financiar
uma agência da ONU que reconheça os palestinos como Estado.
Após a aceitação
da Palestina como membro pleno, Israel também anunciou medidas de represália, como
a colonização no leste de Jerusalém e na Cisjordânia e o bloqueio de fundos para a
Autoridade Palestina. Posteriormente, o Estado hebreu cedeu à pressão internacional
e desbloqueou os fundos.
Mas a adesão à Unesco não teve até agora consequências
na luta pela integração dos palestinos à ONU. A candidatura continua bloqueada no
Conselho de Segurança. Segundo especialistas, os dirigentes palestinos devem se abster
de pedir uma votação no Conselho de Segurança enquanto não tiverem certeza de contar
com os 9 dos 15 votos necessários para sua candidatura. (RB-RFI)