Bento XVI anunciou viagem ao México e Cuba. Missa pela América Latina deixou apelos
contra a violência e a corrupção
(12/12/2011) Bento XVI anunciou hoje no Vaticano a sua “intenção” de visitar o México
e Cuba, em 2012, antes da Páscoa [8 de abril], revelação feita durante a missa pelos
países da América Latina. O Papa disse na sua homilia que a viagem apostólica,
terceira ao continente americano [Brasil (2007) e Estados Unidos da América (2008)],
visa “proclamar a Palavra de Cristo” e reforça a “convicção de que este é um tempo
precioso para evangelizar”. A celebração, promovida pelo Vaticano, associa-se às
comemorações do bicentenário da independência dos países da América Latina, festejadas
entre 2010 a 2014, com exceção do Peru e do Brasil (2020-2022). Referindo-se ao
facto de se comemorar em vários lugares da América Latina o bicentenário da sua independência
Bento XVI na homilia da Missa deste tarde na Basílica de S. Pedro salientou que nestas
circunstancias é importante que os povos da América Latina salvaguardem o seu rico
tesouro de fé e o seu dinamismo histórico - cultural, sendo cada vez mais defensores
da vida humana desde a sua concepção até á morte natural e promotores da paz; devem
tutelar igualmente a família na sua genuína natureza e missão, intensificando ao
mesmo tempo uma vasta e capilar tarefa educativa que prepare rectamente as pessoas
e as torne conscientes das suas capacidades de maneira a enfrentar digna e responsavelmente
o próprio destino. Ao mesmo tempo estão chamados – acrescentou depois o Papa a
fomentar cada vez mais iniciativas e programas efectivos que propiciem a reconciliação
e a fraternidade, incrementem a solidariedade e o cuidado em relação ao meio ambiente,
envidando esforços para superar a miséria, o analfabetismo e a corrupção e erradicando
todas as formas de injustiça, violência, criminalidade, insegurança dos cidadãos,
o narcotráfico e a extorsão Não faltou na homilia do Papa uma passagem em português
O Magnificat,
que proclamamos no Evangelho, é «o cântico da Mãe de Deus e o da Igreja, cântico da
Filha de Sião e do novo Povo de Deus, cântico de ação de graças pela plenitude de
graças distribuídas na Economia da salvação, cântico dos “pobres”, cuja esperança
é satisfeita pela realização das promessas feitas a nossos pais» (Catecismo da Igreja
Católica, 2619). Em um gesto de reconhecimento ao seu Senhor e de humildade da sua
serva, a Virgem Maria eleva a Deus o louvor por tudo o que Ele fez em favor do seu
povo Israel. Deus é Aquele que merece toda a honra e glória, o Poderoso que fez maravilhas
por sua fiel servidora e que hoje continua mostrando o seu amor por todos os homens,
particularmente aqueles que enfrentam duras provas. Antes da celebração, os participantes
estiveram reunidos num momento de oração, com reflexões sobre a Virgem de Guadalupe,
cuja memória litúrgica hoje se comemora, e sobre o bicentenário das independências,
enquanto desfilavam, pelo corredor central da basílica de São Pedro, dois jovens de
cada nação latino-americana levando a bandeira do seu país.