Bento XVI encoraja as cooperativas, o micro-crédito e "uma economia animada pela lógica
da comunhão e da fraternidade"
(10/12/11) “Que a economia e o mercado nunca se desliguem da solidariedade”: pediu
Bento XVI, dirigindo-se aos dirigentes da Confederação das Cooperativas Italianas
e da Federação Italiana das Caixas de Depósitos de Crédito Cooperativo. O Papa
começou por sublinhar a importância da cooperação católica que surgiu na Itália na
sequência da publicação, há 120 anos, da “Rerum Novarum”. Esta Encíclica do Papa Leão
XIII – observou - favoreceu a presença ativa dos católicos na sociedade italiana,
com a criação de cooperativas, associações de mútuo apoio, empresas sociais e outras
obras de interesse público. Tudo isso para favorecer o apoio material da população
e com uma atenção permanente à família. Para Bento XVI, as organizações de tipo
cooperativo não são apenas uma exigência de ordem económica: brotam também do desejo
de viver uma experiência de unidade e de solidariedade, que leve à superação das diferenças
económicas e dos conflitos sociais entre os diversos grupos. “É precisamente no empenho
de conjugar harmonicamente a dimensão individual e a dimensão comunitária que está
o fulcro da experiência das cooperativas. É uma expressão concreta da complementaridade
e da subsidiaridade que a doutrina social da Igreja desde sempre promove entre a pessoa
e o Estado, articulando de modo equilibrado a tutela dos direitos do indivíduo e a
promoção do bem comum.” “Numa época de grande transformações, de persistente precariedade
económica, de dificuldades no mundo do trabalho, a Igreja sente o dever de anunciar
com novo vigor a Mensagem de Cristo, com a força de humanização e a carga de esperança
no futuro que ela contém”. Observando que “a economia e o mercado nunca se deverão
separar da solidariedade”, Bento XVI encorajou os representantes das Cooperativas
e do Crédito Cooperativo a “valorizarem sempre o homem na sua inteireza, para além
de todas as diferenças de raça, língua ou credo religioso”, favorecendo também novas
experimentações, tendo em conta o magistério social da Igreja: por exemplo organizações
sociais de desenvolvimento, experiências de micro-crédito e “uma economia animada
pela lógica da comunhão e da fraternidade”.