Cajamarca (RV) - A cidade de Cajamarca, Peru, está voltando à sua atividade
normal sem qualquer tipo de problema público, informou o Ministro do Interior, Oscar
Valdes Dancuart, falando a uma rádio nacional. Os mercados estão abertos e os estudantes
voltaram às aulas, depois da declaração do estado de emergência em quatro províncias
de Cajamarca após o protesto regional contra o projeto de mineração Conga.
O
exército colabora com a polícia para garantir a segurança pública mesmo que não seja
necessário, destacou o ministro, recordando que o governo continua a apresentar a
sua proposta de diálogo para chegar a um acordo definitivo. O Presidente da Conferência
Episcopal Peruana, Arcebispo de Trujillo, Dom Miguel Cabrejos, participou da reunião
que domingo passado, 4 de dezembro, reuniu o Chefe do gabinete, Salomón Lerner Ghitis,
e outros Ministros, com as autoridades regionais e as organizações sociais de Cajamarca,
para encontrar uma solução definitiva para o problema.
O Arcebispo lançou um
apelo: “Com o diálogo todos ganhamos, com a violência todos perdemos, se espera que
realmente não exista mais violência e que tudo isso seja resolvido no final”, disse,
lamentando todavia que, depois de diversas horas de encontros e quando parecia que
tudo acabaria bem, não foi assinado o acordo entre as partes. Por isso, Dom Cabrejos
convidou os líderes de Cajamarca a refletirem se querem continuar o protesto regional
contra o projeto de mineração, e evitar qualquer ato de violência ou derramamento
de sangue, e destacou a vontade de diálogo por parte do governo, que pediu a suspensão
dos trabalhos de mineração em Yanacocha no projeto extrativista Conga.
Também
o Bispo da Diocese de Cajamarca, Dom José Carmelo Martínez Lázaro, publicou um comunicado
em 30 de novembro passado, em que pedia o diálogo das partes interessadas e o respeito
pelo meio ambiente, fonte de recursos para comunidade.
Das informações da
agência Fides, sabe-se que, segundo o Conselho Regional de Cajamarca, que representa
a comunidade local, o projeto não terá início e foi aprovada a suspensão dessas atividades,
enquanto o governo central ainda não se pronunciou oficialmente. (SP)