Cidade do Vaticano (RV) - Os jesuítas denunciaram nesta quarta-feira que muitos
governos europeus e de países africanos e asiáticos "dificultam ativamente" a chegada
de refugiados e que, desde 1994, pelo menos 15.000 pessoas morreram quando tentavam
cruzar o mar buscando segurança na Europa.
O diretor internacional do Serviço
Jesuíta para os Refugiados (JRS), Pe. Peter Balleis, fez esta denúncia por ocasião
dos 60 anos da Convenção da ONU para os Refugiados, de 1951, que se celebra no sábado.
"Sessenta
anos depois, muitos governos continuam inventando desculpas para justificar o fechamento
de suas fronteiras a quem pede asilo, ao invés de encontrar soluções duradouras. Isso
supõe um terrível sofrimento humano, já que se ignora a obrigação universal de proteger
os Direitos Humanos dos migrantes", declara Pe. Balleis em comunicado.
O JRS,
acrescenta a nota, pede aos governos que "respondam com urgência a todos os imigrantes
e refugiados que se encontram em perigo no mar e garantam a eles acesso aos processos
que determinem se necessitam de proteção internacional" e que se acabe com a prática
de expulsão forçada de imigrantes a países onde seus direitos não podem ser protegidos
eficazmente.
Pe. Balleis recorda ainda que nem mesmo aqueles que conseguem
chegar à Europa podem se considerar a salvo, pois podem ser devolvidos, direta ou
indiretamente, a seus países de origem, violando a lei internacional para os refugiados.
Além
da Europa, o JSR denunciou que inúmeros Estados da África e da Ásia incorrem reiteradamente
na ilegalidade ao negar a entrada em seu território, expulsando os imigrantes sem
considerar seus pedidos de asilo. Entre esses países, citou Quênia, Tailândia, Camboja,
Malásia e Austrália.
O Serviço Jesuíta para os Refugiados está presente em
mais de 50 países de todo o mundo e envolve o trabalho de 1.200 pessoas, entre leigos,
jesuítas e outros religiosos. (RV)