2011-12-08 12:31:53

Imaculada Conceição


Rio de Janeiro (RV) - Celebra-se a 8 de dezembro, em todo o mundo católico, a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, dentro do tempo do Advento. Com essa celebração, recordamos que, assim como o Pai preparou Maria para ser a mãe do seu Filho, também este tempo litúrgico quer que preparemos os caminhos para o encontro com o Senhor. Celebramos a “bendita entre as mulheres” que trouxe o “bendito fruto no seu seio”, pois o “menino que vai nascer será chamado Filho de Deus”.

Nossa Senhora foi imune do pecado original em virtude da escolha para ser Mãe de Deus, o maior dos privilégios de Maria. A Redenção, que Jesus Cristo nos alcançou com a sua Paixão, Morte e Ressurreição, foi aplicada a Maria por antecipação. O privilégio da Imaculada Conceição era festejado no Oriente já no século VIII, no norte da Europa no século XI, e o Concílio de Basiléia em 1439 já indicava como verdade de fé.

Todos os privilégios de Maria dependem do fato de que ela é Mãe de Jesus, Filho de Deus, nosso irmão e Salvador. Maria foi preparada por Deus desde o primeiro instante de sua existência, para acolher Aquele que realizaria a salvação do mundo. O Senhor antecipou para Maria, a “bendita entre todas as mulheres”, a graça da Redenção que seu Filho conquistaria com sua Paixão e Morte. A Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi o primeiro fruto da Redenção de Jesus.

A Igreja, por meio desse Dogma de Fé, ensina que a Mãe de Deus foi concebida sem mancha por um especial privilégio divino. Ao proclamar, em 1854, o dogma da Imaculada Conceição, o Papa Pio IX escreveu: “Nós declaramos, decretamos e definimos que a doutrina segundo a qual, por uma graça e um especial privilégio de Deus Todo Poderoso, e em virtude dos méritos de Jesus Cristo, salvador do gênero humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada de toda a mancha do pecado original no primeiro instante de sua conceição, foi revelada por Deus e deve, por conseguinte, ser crida firmemente e constantemente por todos os fiéis”.

A definição do Dogma da Imaculada Conceição foi cercada de fatos e sinais muito significativos. Já existia a devoção dos fiéis a esse privilégio de Maria, afirmado na Liturgia, nas homilias e em obras teológicas, como em Santo Anselmo, quando aos 17/11/1830 uma Irmã de Caridade de Paris, Catarina Labouré, (canonizada em 27 de julho de 1947 pelo Papa Pio XII), em oração teve uma revelação particular. Ela declara: "Os seus pés repousavam sobre o globo terrestre; de suas mãos voltadas para a Terra jorravam feixes de luz. Formou-se em torno da Virgem uma moldura oval, sobre a qual se liam em letras de ouro estas palavras: 'Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a vós'".

O Papa Pio IX, depois de um profundo estudo e consulta a bispos e teólogos, e considerando que era oportuno resolver, definiu o dogma aos 08/12/1854 na Basílica de São Pedro, na presença de mais de duzentos bispos e uma enorme multidão de fiéis.

Menos de quatro anos após a definição do Dogma da Imaculada, ocorreu as aparições de Lourdes, de 11/02 a 16/07 de 1858. Sendo que a 25/03, através de revelação particular, veio a declaração expressa: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Era como um eco da manifestação a Santa Catarina Labouré e uma resposta à declaração do Papa em 1854.

Deste modo, na festa de hoje, celebramos sua Imaculada Conceição, isto é, desde a sua concepção, no ventre de sua mãe, ela não só não traz a mancha do pecado, mas, sobretudo, é plenificada pela graça de Deus. Assim, Maria é preservada do pecado e plenificada pela graça por antecipação, tendo em vista os futuros méritos de Cristo. Na verdade, santa devia ser, desde sua concepção, aquela que daria à luz a Jesus Cristo, Salvador da humanidade passada, presente e futura.

Se Maria é a Virgem cheia de graça, celebrar a Imaculada Conceição é reviver a nossa vocação para, como Maria Santíssima, sermos homens e mulheres repletos da graça de Deus, abandonando o pecado e procurando viver com intensidade a nossa fé.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo, para sempre, amém!
† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ







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