Papa: "Pequeninos são os primeiros destinatários da mensagem de Deus"
Cidade
do Vaticano (RV) - Fiéis de todo o mundo, muitos brasileiros, participaram esta
manhã da audiência geral, do encontro semanal do Pontífice com os peregrinos e turistas
que durante o inverno se realiza na Sala Paulo VI.
Dirigindo-se ao público,
Bento XVI prosseguiu a série de catequeses que vem fazendo sobre a oração, considerando
o ensinamento e o exemplo dados pelo próprio Jesus. Em sua exclamação de alegria,
por nós ilustrada pelos evangelistas Mateus e Lucas, Jesus dá graças ao Pai porque
Ele quis revelar o mistério da salvação não aos sábios e entendidos, mas aos “pequeninos”.
“A lógica terrena, segundo a qual os ricos e cultos, que possuem coisas importantes
e as transmitem aos pequenos e pobres” não é a lógica de Deus. E a revelação divina
não se realiza como a lógica terrena. Ao contrário – explicou o Papa – é o estilo
‘diferente’ de Jesus, que acolhendo plenamente a vontade do Pai e compartilhando-a,
faz dos menores os reais e primeiros destinatários de sua mensagem.
O versículo
“Eu te louvo” traduz uma palavra grega que significa reconhecimento e sintonia com
o projeto de Deus, que desde o início da Criação quis nos oferecer o seu amor. E é
por isso que nos enviou seu Filho, o único que conhece o Pai, para nos fazer partícipes.
Ao chamar Deus ‘Pai’, Jesus expressa certeza de ser o ‘Filho’. Este é o centro e a
fonte de sua oração.
O Papa explicou que o Senhor se encheu de alegria no
Espírito ao fazer esta oração; e nós também, repletos do Espírito Santo, podemos proclamar
“Abba!” e na oração do Pai Nosso, pedir que se faça a sua vontade, seja no céu como
na terra, sabendo que nela, ao seguir Cristo e acolher seu jugo, está o nosso consolo.
Enfim,
nesta catequese Bento XVI ressalta que Cristo nos ensina como devemos rezar. Ele sabe
que sem a ajuda do Espírito Santo não somos capazes de rezar bem. E este período do
Advento nos exorta à vigilância e à oração. Leia abaixo o texto pronunciado pelo Pontífice,
em português:
“Queridos irmãos e irmãs,
No início desta Audiência
Geral, ouvistes ler o chamado «Hino de Júbilo», no qual sobressai claramente a comunhão
íntima e profunda de Jesus com a vida e a vontade do Pai no Espírito Santo. Toda a
oração de Jesus atesta a amorosa adesão do seu coração de homem ao mistério da vontade
do Pai. No referido hino, Ele quer fazer comparticipes do seu conhecimento filial,
aqueles que o Pai assim decidiu, ou seja, os «pequeninos». E que significa ser «pequenino»?
Qual é a pequenez que abre o homem à intimidade filial com Deus? No «sermão da montanha»,
Cristo diz que verão a Deus os puros de coração. Sim! É a pureza de coração que permite
reconhecer o rosto de Deus em Jesus Cristo. Ser pequenino é ter o coração livre da
presunção de quem se fecha em si mesmo, pensando que não precisa de ninguém, nem mesmo
de Deus; é ter o coração simples como o das crianças”.
E após resumir a
catequese, o Papa fez uma saudação especial em nossa língua:
"A todos os
presentes de língua portuguesa, a minha grata saudação de boas-vindas a este nosso
encontro, que tem lugar na véspera da festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora.
Sobre os passos da vossa peregrinação terrena, vele carinhosa a Virgem Mãe para, com
Ela e como Ela, serdes os «pequeninos» de Deus e deste modo sairdes vencedores das
ciladas da serpente infernal. Como penhor dos favores do Alto para vós e vossos entes
queridos, dou-vos a minha Bênção”.
No final do encontro, o Papa recordou
a todos que a solenidade da Imaculada Conceição, que se celebra amanhã, nos recorda
a adesão de Maria ao projeto salvífico de Deus. Preservada de toda sombra de pecado
para ser a morada santa do Verbo Encarnado, Ela sempre confiou plenamente no Senhor.
Bento XVI convidou os jovens a imitá-la com o coração puro e límpido. Aos casais de
noivos, o Papa pediu que façam de suas casas um lar de amor e de piedade, como a de
Nazaré.
Antes de se despedir dos fiéis, Bento XVI concedeu a todos a sua bênção
apostólica. (CM)