Salvador festeja Santa Bárbara no marco do sincretismo
Salvador (RV) - O Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger,
celebrou missa na festividade de Santa Bárbara no Largo do Pelourinho, na manhã deste
domingo. Unidos, católicos e adeptos das religiões de matriz africana (como candomblé
e umbanda) participaram da queima de fogos, de manhã cedo, da missa campal e da procissão,
no tradicional estilo do sincretismo baiano.
A festa é realizada há mais de
300 anos e é um dos mais disputados eventos do calendário de festas populares do estado.
No
ofertório, a uva e o trigo do ritual católico se misturaram ao acarajé e ao abará,
oferendas do candomblé à orixá dos raios e trovões.
Depois da missa, a imagem
de Santa Bárbara seguiu em procissão pelas ruas do Centro Histórico, nas asas da pomba
da paz, seguida por sete santos católicos. Segundo o G1, foi feita uma parada no quartel
do Corpo de Bombeiros, no bairro da Barroquinha, para as homenagens à padroeira da
Corporação. Seguindo a tradição, a última parada da procissão foi no Mercado de Santa
Bárbara, onde foi distribuído caruru para a população.
A festa de Santa Bárbara
foi considerada patrimônio imaterial da Bahia no dia 3 de dezembro de 2008 pelo governo
do Estado. O decreto que registrou a cerimônia reafirma a importância da diversidade
cultural e religiosa que a festa reúne.
A culinária típica adotada na celebração
para Santa Bárbara carrega uma forte influência da religião de matriz africana e,
entre outras semelhanças, os devotos de Iansã e Santa Bárbara se vestem de vermelho
para cultuar uma das figuras religiosas mais populares da Bahia.
A intensa
participação popular no dia 4 de dezembro caracteriza oficialmente a festa de Santa
Bárbara como a celebração que marca o início do ciclo das festas populares do Estado (CM)