2011-12-01 10:46:30

Marcha pede justiça para morte do cacique Nísio Gomes. CNBB expressa consternação


Campo Grande (RV) – Cerca de 500 pessoas participaram na quarta-feira da Marcha contra o Genocídio e pela Paz, organizada pelo movimento Kaiowá Guarani Aty Guasu.

Os participantes caminharam sete quilômetros pela rodovia MS 386 entre Amambai e Ponta Porá, Mato grosso do Sul, até o local do acampamento Tekoha Guaiviry, onde foi morto, no último dia 18, o cacique Nísio Gomes.

"Foi muito boa a marcha. Superou as nossas expectativas porque com todo esse sofrimento e o medo de acontecer alguma coisa, realmente mostramos que estamos fortes", avaliou Otoniel Kaiowá Guarani, membro do Aty Guasu.

O protesto pediu a investigação rigorosa e a prisão dos autores do crime. No acampamento, integrantes da marcha visitaram o local do triste episódio, que culminou no desaparecimento de Nísio.

Ontem, a CNBB divulgou uma nota em favor dos povos Kaiowá e Guarani, expressando consternação pelo assassinato do cacique: "O sangue desta reconhecida liderança, vítima de uma morte anunciada, clama por justiça e pelo fim da violência que há anos atinge e vitimiza este povo. A ninguém, muito menos ao Estado, é permitido assistir passivamente a barbáries como essa, que chocou o país e provocou reações também de comunidades internacionais".

A CNBB reafirma seu compromisso com a defesa de direitos constitucionais indígenas, especialmente o direito de ter demarcadas e homologadas suas terras ancestrais como assegura a Carta Magna do país.

"Sem justiça não há paz. Para o povo Guarani, a justiça consiste no respeito incondicional à sua vida, que está indissoluvelmente ligada à garantia da terra. O tempo do Advento do Senhor que iniciamos nos conclama a uma esperançosa e atuante vigília, alimentada pelo profeta Isaías que proclama: “Deus vem ao encontro daquele que pratica a justiça" (cf. Isaías 64,4). Com o compromisso e a solidariedade de todos, o grito dos Kaiowá e Guarani será ouvido!"
(BF)







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