2011-11-30 14:58:49

Prática clínica cheia de desperdício e até corrupção


(30/11/2011) Em Portugal o presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida afirmou, esta terça-feira, que a prática clínica está cheia de casos de desperdício e alguns de corrupção que lesam o Estado e são atentados à ética na saúde.
Miguel Oliveira da Silva falava à margem da conferência sobre Fundamentos Éticos nas Prioridades em Saúde, que decorre na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Para este especialista em ginecologia e obstetrícia, actos de desperdício como a prescrição de mamografias desnecessárias ou exames complementares de diagnóstico repetidos são alguns exemplos de desperdícios que muitos médicos praticaram, incluindo ele próprio.
Mas há outros casos mais graves e que, segundo Miguel Oliveira da Silva, configuram situações de corrupção, como a prescrição de exames desnecessários com o único objectivo destes serem realizados nas clínicas onde os prescritores trabalham e à conta do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os custos dominaram a intervenção do economista Pedro Pita Barros, que apresentou à plateia as escolhas que, na sua opinião, terão de ser feitas para alcançar os limites da despesa pública com medicamentos impostos pela troika: "Ou os doentes pagam mais, ou consumimos menos ou esmagamos preços".
A situação revela-se mais melindrosa no ambiente hospitalar, no qual as escolhas terão de ser feitas em áreas como a oncológica.
O padre Vitor Feytor Pinto, da Pastoral da Saúde, trouxe ao debate a espiritualidade nesta área e alertou para que "não se caia na tentação do toca e foge". "Temos de estar presentes para o doente e ele tem de saber que estamos lá", disse.








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