Dia Mundial da Luta contra a Aids: relatório mostra avanços nessa batalha
Genebra (RV) – Nesta quinta-feira, celebra-se a Dia Mundial da Luta contra
a Aids. Por essa ocasião, as Nações Unidas publicaram um relatório que traz boas notícias:
as mortes relacionadas ao HIV/Aids caíram 22% nos últimos cinco anos, período no qual
o número de pessoas infectadas pelo vírus diminuiu 15%.
O documento foi elaborado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/Aids (Unaids) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Segundo
a Agência Efe, o relatório destaca, entre as causas dessa mudança, o aumento do acesso
aos testes de detecção do vírus da Aids na África, o que beneficiou 61% das mulheres
grávidas no leste e sul do continente, 14% a mais que em 2005.
Outros avanços
importantes: 48% das gestantes soropositivas recebem atualmente uma medicação específica
para evitar a transmissão ao bebê; 6 milhões e meio de pessoas portadoras do vírus
em países pobres e em desenvolvimento (onde se estima 14 milhões de infectados) recebem
tratamento antirretroviral (ART).
A contrapartida é que mais da metade das
pessoas que precisam de um tratamento com antirretrovirais em países de baixa renda
ainda não têm acesso aos medicamentos e, em muitos casos, nem sequer sabem que são
portadores do HIV.
A nível global, as mulheres correspondem a 64% da população
entre 15 e 24 anos infectada pelo HIV, sendo que na África Subsaaariana esse número
aumenta para 71%.
O tratamento com antirretrovirais chega menos às crianças
que aos adultos. Nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, somente uma em
cada quatro crianças com o vírus recebeu tratamento em 2010, já os adultos foram um
em cada dois.
O relatório aponta que na Ásia houve uma estabilização da epidemia,
com 4 milhões e 800 mil de infectados (dos quais 49% na Índia). Estabilizaram-se as
contaminações também na América Latina e no Caribe (em torno de 1 milhão e 700 mil).
O aumento mais drástico se deu no leste da Europa e Ásia Central, onde os
novos infectados aumentaram em 250% na última década, com 90% dos casos na Rússia
e Ucrânia.
No Oriente Médio e no norte da África também se viu um aumento,
com 59 mil pessoas infectadas em 2010, 36% a mais em relação a 2009.
Em mensagem
para esse dia, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse que “estamos entrando
na quarta década do início da luta contra a Aids e estamos finalmente preparados para
acabar com essa epidemia”.
“Entre os grupos de risco – ressaltou ele – a situação
está mudando. O maior acesso aos serviços de prevenção do HIV está ajudando jovens,
profissionais do sexo e seus clientes, pessoas que usam drogas injetáveis, homens
que têm relações sexuais com outros homens e transexuais a tomar as rédeas do controle
da própria saúde e assim alcançar melhor qualidade de vida”.
Ban relembrou
os objetivos estabelecidos para 2015 quanto à eliminação do HIV/Aids: diminuir em
50% as transmissões sexuais do vírus, eliminar as novas infecções nas crianças, fornecer
tratamento a 15 milhões de pessoas soropositivas, por fim à discriminação e cobrir
o deficit nos financiamentos para a Aids.
“Devemos persistir em nossa política
e manter o investimento, o entusiasmo, o dinamismo e a determinação que nos permitiram
chegar a este momento crítico. Temos o impulso necessário para triunfar. Este é o
momento de se aproveitar a oportunidade para finalmente pôr fim à AIDS”, concluiu
Ban. (ED)