Unicef compromete-se em ser a voz das crianças na COP 17
Durban (RV) – Milhares de delegados de diversas nações presentes em Durban,
na África do Sul, para a 17ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas,
a COP 17. Participam também representantes do Fundo das Nações Unidas para a Criança
(Unicef), que divulgou nota assumindo o compromisso de defender os direitos dos mais
pobres e vulneráveis, principalmente das crianças e das mulheres, afetadas fortemente
pelas mudanças climáticas e desastres ambientais.
Especialistas avaliam que
as crianças sofrem mais as consequências das mudanças de temperatura globais, as quais
têm influência direta sobre doenças que podem levar organismos ainda não adultos ao
óbito. Segundo o Unicef, muitos já estão tendo de enfrentar fenômenos como ciclones,
tsunamis e temperaturas extremas, o que influencia nas suas possibilidades de sobrevivência
e no seu bem-estar.
O aumento das temperaturas está relacionado, por exemplo,
com o aumento das taxas de desnutrição, de cólera, diarreia, dengue e malária.
E
vamos a alguns dados: as mudanças climáticas farão aumentar o número de crianças vítimas
de desastres ambientais, de 65 milhões e meio serão 175 milhões por ano na próxima
década; a metade dos casos de desnutrição registrados globalmente está relacionado
a fatores ambientais como poluição, seca e falta de água, perpetuando um ciclo vicioso
de empobrecimento e danos ecológicos; as estimativas indicam que, sobretudo por causa
dos efeitos das mudanças climáticas, o número de casos de diarreia deverá aumentar
entre 2 e 5 por cento até 2020 no países com renda per capta inferior a 60 mil dólares/ano
(em algumas regiões africanas, esse número pode subir para 10%).
Outro problema
sério é a escassez de água, que atinge todos os continentes. Um quinto da população
mundial (um bilhão e 200 milhões de pessoas) vivem em áreas onde há pouca água, enquanto
500 milhões se aproximam dessa situação. As previsões mostram que, se nada for feito,
até 2030 quase metade da população mundial viverá em zonas de muita escassez de água,
dos quais 75 e 250 milhões pessoas somente na África. (ED)