Durban (RV) - Para o bispo sul-africano Desmond Tutu, vencedor do Prêmio Nobel
da Paz em 1984, os efeitos das mudanças climáticas “afetam tanto os ricos como os
pobres de todo o mundo”.
Em cerimônia religiosa celebrada neste domingo, véspera
da 17ª Conferência Mundial sobre as Mudanças Climáticas, que começa hoje na cidade
sul-africana de Durban, o bispo apelou para uma luta global contra as mudanças climáticas.
Ele comparou o globo terrestre com uma casa partilhada por ricos e pobres que “devem
saber cuidar dela”.
O arcebispo emérito da Igreja Anglicana da África do Sul
definiu as mudanças climáticas como um “enorme inimigo que ameaça a casa comum da
humanidade, colocando em perigo ricos e pobres”.
Uma das grandes figuras no
esforço para acabar com o regime do Apartheid na África do Sul, o arcebispo de 80
anos agradeceu os países que na África acolheram os refugiados e os filhos de combatentes
anti-Apartheid.
“Nós temos fé: haja agora justiça climática” – repetiu Desmond
Tutu, 80 anos, na Marcha Ecumênica que reuniu líderes de confissões religiosas de
quase todos os países do continente africano. O encontro final, no estádio Durban
King Park, foi animado por cânticos religiosos apelando à harmonia, paz e desenvolvimento
da África, e dentre os vários oradores, estava a ex-Alta Comissária das Nações Unidas
para os Direitos Humanos, Mary Robinson.
A ex-presidente irlandesa defendeu
a necessidade de as organizações da sociedade civil terem uma visão positiva dos resultados
da 17ª Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP17). O encontro, promovido pelas
Nações Unidas, decorrerá até 9 de dezembro. (CM)