Cidade
do Vaticano (RV) - Celebrou-se ontem o Dia Internacional para Eliminação da Violência
contra a Mulher. Infelizmente essa realidade se apresenta como dado cultural e em
nossas sociedades apenas os grandes delitos são colocados em evidência, mas sabemos
que o mal começa com atos aparentementes inócuos como achar-se que é próprio do segundo
sexo servir o primeiro.
Desde há muito que na Sagrada Escritura, a violência
contra a mulher é colocada como algo abjeto e se ela é viúva o atendimento às suas
necessidades se tornou obra daqueles que creem em Deus. Pensar e cuidar da viúva é
um ato de religião, de fé em Deus. Contudo são algumas viúvas, a classe social
mais vulnerável de Israel, que salvam o povo. A viúva Rute, a fiel nora da também
viúva Naomi, não deixou sua sogra na amargura, mas lhe deu o apoio total. Aceitou
as sugestões da idosa e, como recompensa, se tornou a estrangeira ilustre na árvore
genealógica do Messias.
Do mesmo modo a fortaleza da viúva Judite, aceitando
correr o risco para salvar seu povo, enfrentou o general Holofernes, que não a queria
como esposa, mas para saciar seus desejos, e lhe cortou a cabeça, salvando sua nação.
Nessa mesma linha temos a jovem Ester, que percebendo a maldade do prmeiro-ministro
em acabar com seu povo, foi até o rei e em uma atitude corajosa denunciou a trama
preparada por Amã e salvou seu povo. Por sua vez no Novo Testamento, uma jovenzinha,
uma mulher frágil foi feita Mãe de Deus e se tornou a Mãe da Igreja, o sustento dos
Apóstolos, a força de todos.
É de uma mulher que todos nós nascemos e em seu
seio somos gerados. Seja qual for o homem forte e poderoso, seja fisicamente ou socialmente,
ele veio de uma mulher.
Contudo não é assim que o mundo pensa. As pessoas
realmente olham o sexo feminino como aquele que deve obedecer e agradar em tudo o
poderoso homem e inclusive mulheres concordam com isso. Evidentemente mulheres que
pensam assim tiveram distorcido seu modo de pensar. Essas mulheres acabam educando
seus filhos dentro dessa lógica machista. Tanto homem como mulher se esquecem de que
foram feitos para se complementar em tudo, principalmente no carinho e no amor.
Exatamente
por causa desse esquecimento, 125 países criaram leis contra a violência doméstica.
Foram criados o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher,
a famosa Lei Maria da Penha, as Delegacias da Mulher e tantos outros prcedimentos
foram tomados para proteger aquela que tem como missão grandiosa proteger a vida,
não apenas a gerando, mas a sustentando com seu carinho e entrega radical de amor.
Segundo
Michelle Bachelet, Diretora Executiva da ONU Mulheres “o mundo está ainda muito longe
de exterminar a violência e hoje 603 milhões de mulheres e meninas vivem em países
onde a violência doméstica não é considerada crime. Além disso, seis a cada dez mulheres
sofreram violência física ou sexual ao longo de suas vidas”.
Também o Secretário-Geral
da ONU, Ban Ki-moon, destaca a necessidade de promover modelos de comportamento masculinos
saudávei: "Muitos jovens crescem ainda circundados por estereótipos negativos. Conversando
com amigos e colegas sobre a violência contra mulher e agindo contra esse fenômeno
é possível romper o círculo vicioso de comportamentos que perduram há anos".
Está
em nossas mãos respeitar a mulher e em nossas atitudes diárias terminar as violências
contra a ela.. Respeitar a mulher é respeitar a vida. (CAS)