Bento XVI sobre Beato João Paulo II: "A fé inabalável penetrou sua fraqueza física"
Cidade do Vaticano (RV) - Bento XVI recebeu, neste sábado, na Sala Clementina,
no Vaticano, cerca de quinhentos participantes da 26ª Conferência Internacional intitulada
"A Pastoral da Saúde a serviço da vida à luz do magistério do Beato João Paulo II",
promovida pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde.
A
força no momento de fraqueza. Este foi o testemunho do Papa Wojtyla nos últimos anos
de sua vida. "Este Evangelho da Vida é a última herança preciosa deixada pelo Beato
João Paulo II" – destacou Bento XVI.
O Pontífice recordou que João Paulo II
instituiu, em 1985, o Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, estabeleceu
a celebração do Dia Mundial do Enfermo e por último criou a Fundação 'O Bom Samaritano',
"como instrumento de uma nova ação caritativa para com os doentes pobres em vários
países".
Bento XVI recordou a Carta Apostólica Salvifici Doloris de João Paulo
II, publicada em 1984, que mostra a razão cristã diante da enfermidade e do sofrimento:
"O mistério da dor parece ofuscar o rosto de Deus, tornando-o quase um estranho ou
mesmo identificando-o como responsável pelo sofrimento humano, mas os olhos da fé
são capazes de olhar profundamente este mistério. Deus se encarnou, se fez homem,
também em suas situações mais difíceis; não eliminou o sofrimento, mas no Ressuscitado,
no Filho de Deus que sofreu até a morte e morte de cruz, Ele revela que o seu amor
desce também ao abismo mais profundo do ser humano para dar-lhe esperança" - destacou
o Papa.
Esta visão da dor e do sofrimento iluminada pela morte e ressurreição
de Cristo foi testemunhada pelo Papa Wojtyla, no lento calvário que marcou os últimos
anos de sua vida: "A fé inabalável penetrou sua fraqueza física, tornando sua doença,
vivida por amor a Deus, à Igreja e ao mundo, uma concreta participação no caminho
de Cristo para o Calvário. A seqüela de Cristo não poupou ao Beato João Paulo II de
tomar a sua cruz todos os dias até o fim, para ser como o seu único Mestre e Senhor,
que da Cruz tornou-se ponto de atração e salvação para a humanidade e manifestou a
sua glória" - concluiu Bento XVI. (MJ)