ONU Mulheres propõe agenda política para exterminar fenômeno da violência contra mulher
Nova York (RV) - Celebra-se nesta sexta-feira, o Dia Internacional para Eliminação
da Violência contra a Mulher.
Para essa ocasião, a Diretora Executiva da ONU
Mulheres, Michelle Bachelet, propôs uma agenda política com 16 medidas a serem tomadas
com urgência para desarraigar o fenômeno da violência de gênero que afeta 75% das
mulheres no mundo.
A ex-presidente do Chile evidenciou os progressos obtidos
nos últimos anos, sublinhando que 125 países possuem hoje leis contra a violência
doméstica. O Conselho de Segurança da ONU reconheceu o estupro como crime de guerra,
mas não obstante isso, disse Bachelet, "o mundo está ainda muito longe de exterminar
a violência e hoje 603 milhões de mulheres e meninas vivem em países onde a violência
doméstica não é considerada crime. Além disso, seis a cada dez mulheres sofreram violência
física ou sexual ao longo de suas vidas".
"A violência contra mulher afeta
continuamente os nossos países e em alguns casos ficam na absoluta impunidade. Mais
de 60 milhões de jovens se casam contra vontade e 140 milhões de mulheres e meninas
são vítimas de infibulação. Além disso, mais de 600 mil mulheres e meninas são vítimas
do tráfico de seres humanos, a maior parte para exploração sexual" – destacou Bachelet.
A
Diretora Executiva da ONU Mulheres pediu aos Governos do mundo para que assumam suas
responsabilidades, promovendo ações concretas, transparentes e compromissos inevitáveis.
A primeira medida da agenda política prevê a ratificação de tratados internacionais
e regionais que protejam os direitos de mulheres e meninas, e adotem leis que acabem
com a impunidade e indenizem as vítimas da violência.
Segundo Bachelet, a
medida pede também intervenções rápidas de segurança, proteção e apoio psicológico,
além de assistência jurídica gratuita às vítimas. (MJ)