Central de Atendimento à Mulher poderá ser acessada do exterior
Brasília (RV)
– A Central de Atendimento à Mulher, que atende pelo número 180 em todo o território
brasileiro, poderá ser contatada também por brasileiras vítimas de maus-tratos no
exterior. O lançamento do serviço foi feito nesta sexta-feira, na sede da Central,
em Brasília.
Na Itália, o número é 800 172 211. Em Portugal, o serviço será
disponibilizado por meio do 800 800 550 e na Espanha via 900 990 055. Em todos os
casos, o número a ser informado para acessar a Central de Atendimento à Mulher é o
(61) 3799 0180. A ligação é gratuita.
A Ministra da Secretaria de Política
para as Mulheres, Irini Lopes, conversou com a Rádio Vaticano sobre como o serviço
vai funcionar.
“Dependendo de cada caso, acionaremos nossas representações
nesses países. Em alguns deles, o problema poderá ser resolvido por meio de acordos
internacionais, em outros, as autoridades policiais serão envolvidas. Contudo, nada
será feito sem o consentimento das vítimas. A denúncia é anônima”.
Brasileiras
que se encontrem em situação de risco terão acesso ao serviço, oferecido diuturnamente,
de forma gratuita e em caráter confidencial.
Criada em 2006, a Central de
Atendimento à Mulher recebe, em média, cento e trinta ligações diárias, totalizando
mais de dois milhões de atendimentos nos últimos cinco anos. A partir de janeiro de
2007, quando o sistema foi adaptado para receber informações sobre a Lei Maria da
Penha a busca por este serviço contabilizou 438.587 registros.
Perfil
A
maior parte das mulheres que entrou em contato com o Ligue 180 e que também é vítima
da violência tem de 20 a 40 anos (26.676), possui ensino fundamental completo ou
incompleto (16.000), convive com o agressor por 10 anos ou mais, 40% e 82% das
denúncias são feitas pela própria vítima.
O percentual de mulheres que declaram
não depender financeiramente do agressor é 44%. E 74% dos crimes são cometidos por
homens com quem as vítimas possuem vínculos afetivos/sexuais (companheiro, cônjuge
ou namorado). Os números mostram que 66% dos filhos presenciam a violência e 20%
sofrem violência junto com a mãe.
Os dados apontam que 38% das mulheres sofrem
violência desde o início da relação e 60% delas relataram que as ocorrências de
violência são diárias.