Cotonou
(RV) – "África, pulmão espiritual do mundo." O entusiasmo com que milhares de
fiéis benineses e doutros países da África participaram nos diversos momentos desta
visita de Bento XVI é prova de que este continente constitui realmente um balão de
oxigênio para um mundo necessitado de nova evangelização.
O símbolo desta
viagem - a África em forma duma pomba (azulada) pronta a levantar voo, com a cruz
de Cristo no meio - mostra que a África está prestes a decolar e que a Igreja quer
ser um motor importante, indispensável, para esse voo.
África, levanta-te e
caminha! Foi a mensagem final do Sínodo sobre reconciliação justiça e paz. O Papa
deixou o Benin, mas atrás dele fica o empenho de toda a África para um novo Pentecostes,
em que sem medo da modernidade e sem quebrar a ponte com o passado – recomendou -
a África deve saber unir fé e razão, colher o que de positivo tem em si e pode encontrar
noutros povos para construir o futuro. Um futuro simbolizado nas criancinhas que o
Papa quis encontrar desta vez.
Pela voz da pequena Aicha recebeu o agradecimento
de todas as crianças da África, do mundo - que por diversas razões não gozam duma
infância feliz. Obrigado pela fé, pela educação, pela saúde que a Igreja procura dar
às crianças – disse a pequena Aicha, que trazia um volumoso lenço azul, quase do tamanho
da África. Azul, cor das vestes de Nossa Senhora, da serenidade, da verdade, da lealdade,
da frescura… Essa frescura de que as crianças necessitam e que todos, mas sobretudo
os responsáveis sociais e políticos da África, estão chamados a garantir. Em Angola
como no Benin, Bento XVI não se cansa de apelar a uma melhor distribuição dos recursos
deste continente, que devem servir para que todos tenham uma vida realmente digna.
Neste Benin, exemplo de convivência pacífica de vários povos e religiões, o Papa
não deixou de lado a dimensão do dialogo ecumênico e inter-religioso, demonstrando
grande respeito pelas tradições africanas.
A sua visita conclui-se sob um sentimento
de positividade. Para assistir à missa de domingo, muitas pessoas foram ao Estádio
da Amizade, de madrugada. O Céu inicialmente coberto, acabou por deixar ver a lua
que ia dando lugar ao nascer do sol. Uma aurora prometedora nesta África sedenta de
paz, de reconciliação, da nova esperança que o Papa veio lhe trazer, e que os tempos
dirão se soube realmente fazer dela um grande tesouro.