2011-11-21 15:47:37

Obra Nacional da pastoral dos ciganos exige respeito pelos «direitos básicos» da etnia cigana. Encontro nacional deixa reparos à falta de políticas e estratégias de inclusão.


(21/11/2011) A Igreja Católica em Portugal pediu ao Governo que “promova o reconhecimento efetivo dos direitos básicos dos ciganos”, como cidadãos portugueses de pleno direito, lamentando a falta de “políticas “de inclusão, especialmente ao nível da habitação.
“A experiência confirma que o realojamento feito em bairros ou prédios exclusivamente para ciganos, não promove a inclusão, pelo contrário, cria novos guetos e agravamento dos problemas sociais”, refere o documento conclusivo do 38.º Encontro Nacional da Pastoral dos Ciganos, que decorreu entre sexta-feira e domingo na Casa de Nossa Senhora das Graças (diocese de Portalegre-Castelo Branco), em Mem-Soares, Castelo de Vide, distrito de Portalegre.
Na iniciativa, promovida pela Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos (ONPC), foi referida a falta de resultados das “estratégias de inclusão”, “continuando a maioria da população de etnia cigana a viver marginalizada, excluída sem lhe serem reconhecidos os mesmos direitos de cidadania da restante população portuguesa”.
Às autarquias, em particular, é pedido que assumam “como sua obrigação, o enfrentar dos graves problemas habitacionais de muitas famílias de etnia cigana, ainda alojadas em barracas ou em casas em ruínas”.
Num momento em que se debatem as estratégias a seguir em Portugal para a inclusão dos ciganos, na sequência do programa com o mesmo objetivo que a União Europeia (UE) quer implementar até 2020, os participantes no encontro observam que “a inclusão deve ser feita através de projetos criados localmente que contem com a participação das famílias ciganas”.
A nível da Igreja, os mais de 50 participantes falam em “falta de interesse pastoral face à população de etnia cigana” e mesmo em “falta de sensibilidade de muitos párocos e comunidades paroquiais para aceitar, no seu seio, os cristãos de origem cigana, acontecendo, por vezes, algumas atitudes discriminatórias, antievangélicas, que desacreditam a própria Igreja”.
O documento conclusivo assinala, por outro lado, a realização do próximo encontro europeu do Comité Católico Internacional para os Ciganos (CCIT), o qual acontecerá de 23 a 25 de março de 2012 em Fátima, tendo como tema ‘Face a uma sociedade cada vez mais estruturada, criadora da marginalidade, quais as perspetivas evangélicas’.
Para os responsáveis católicos pelo acompanhamento da pastoral dos ciganos, é importante que a Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana “promova a elaboração e divulgação de um documento pastoral sobre esta realidade, dirigido a toda a Igreja que está em Portugal”.








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