Bispo do Porto pede aos católicos para ajudarem «urgentemente» o povo «angustiado»
e de futuro «incerto»Cristianismo decide-se «em termos de caridade atual e atuante»
dos fiéis, frisou D. Manuel Clemente
(21/11/2011) O bispo do Porto pediu este domingo aos católicos que ajudem “urgentemente
agora” os mais necessitados, tendo também lembrado aos fiéis que as suas opções devem
fundamentar-se em Deus, relativizando o caudal de opiniões que atravessa a sociedade. Os
cristãos “reconhecem Jesus” no “serviço concreto dos outros”, tarefa “imprescindível”
que precisa de ser concretizada “urgentemente agora”, sublinhou D. Manuel Clemente
na sé portuense. O primeiro dos quatro trechos bíblicos proclamados na eucaristia
referia-se à “situação concreta dum povo humilhado e disperso”, palavras que apesar
de terem pelo menos dois mil anos “não perdem realismo hoje em dia”, em tempos marcados
pelo “presente angustiado e futuro incerto para tantos e excessivamente tantos”. Na
celebração que evocou a solenidade de “Jesus Cristo, rei do universo”, o último domingo
do ano litúrgico católico, o vice-presidente do episcopado português salientou que
o alívio das carências sociais exige a intervenção da Igreja. Depois de frisar
que o reino de Cristo decide-se “em termos de caridade atual e atuante” dos católicos,
o Prémio Pessoa 2009 recordou exemplos de abnegação aos mais necessitados. “Quantos
testemunhos escutámos nós, do género: ‘Dediquei as minhas férias ou parte delas em
ações de voluntariado e missão. Ao princípio custou-me, mas acabaram por ser as melhores
férias da minha vida e fizeram de mim uma pessoa diferente, com mais disponibilidade,
alegria e paz’”, perguntou. D. Manuel Clemente alertou para os perigos das “catadupas
de informações e contrainformações – quando não meras distrações”, que podem deixar
os católicos “mentalmente dispersos, sem saber como ajuizar das coisas nem decidir
os rumos”.