2011-11-20 11:59:59

Palavras de agradecimento ao Papa do Arcebispo Nikola Eterovic, secretário geral do Sínodo, no final da Missa em Cotonou


(20/11/2011) Santo Padre,
“Eis o que diz o Senhor Deus: «Eu próprio irei em busca das minhas ovelhas e hei-de encontrá-las... Hei-de procurar a que anda perdida e reconduzir a que anda tresmalhada.... Hei-de apascentá-las com justiça” (Ez 34, 11.16). Estas palava do profeta Ezequiel proclamadas na solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, revelam o amor imenso de Deus pelos homens, suas ovelhas, que quer recolher no seu rebanho e conduzir a prados verdejantes e às aguas refrescantes (cf. Sal 23, 2). Com a sentida e participada Eucaristia, celebrada no estádio “Stade de l’amicitié” em Cotonou, demos graças a Deus pelo seu eterno amor que se manifesta ao mundo inteiro e que encontrou um lugar privilegiado em África, “nova pátria de Cristo”. Oferecendo o seu corpo e o seu sangue, na graça do Espírito Santo, demos graças a Deus Pai pelos grandes
benefícios que concedeu em favor do seu Povo que caminha nesta terra abençoada africana. Demos-Lhe graças de modo particular pela inesquecível experiência de comunhão e de profunda união dos Bispos entre eles e consigo, Santo Padre, Bispo de Roma e cabeça do Colégio episcopal, vivida durante a Segunda Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, realizada de 4 a 25 de outubro de 2009, no Vaticano, sob o tema “A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz”.
A Palavra divina recorda-nos que é Deus a fonte da reconciliação: “era de fato Deus que reconciliava em si o mundo em Cristo” (2 Cor 5, 19). Essa revela também o modo com o qual Deus realizou tal obra de salvação: reconcilando os dois povos, judeus e gentios, aniquilando na sua carne, “por meio da cruz” (Ef 2, 16), o muro que os separava. Desta ação da divina misericórdia, procedem a paz – Cristo “é de fato a nossa paz” (Ef 2, 14)- e a justiça. O próprio Deus promete apascentar as suas ovelhas “com justiça” (Ez 34, 16). O excerto do Evangelho proclamado (cf. Mt 25, 31-46) revela os critérios de tal justiça e que se podem resumir na afirmação: “Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes” (Mt 25, 40).
Santo Padre, as fecundas reflexões dos Padres sinodais da Segunda Assembleia Especial para a África, inspiradas pelo Espírito Santo, estão recolhidas na Exortação Apostólica Pós Sinodal que Vossa Santidade quis assinar ontem, 19 de novembro, na Basílica menor de Ouidah. Essa oferece preciosas indicações pastorais para a atividade da Igreja em África nos próximos anos, para uma maior dedicação, não somente na nova evangelização, mas, também, numa nova evangelização. Segundo a Africae munus essa funda-se sobre o ministério da reconciliação, que lança as suas raízes no coração transpassado de Cristo Jesus (cf. Jo 19, 34), do qual provêm como dois rios a justiça e a paz, atraversando o vasto campo da Igreja Católica, alcançando todo o continente africano. Possa a Exortação Apostólica Pós Sinodal contribuir para
que a Igreja - que está em Cristo e “é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano” (LG 1)- realize tal missão em África, tornando-se cada vez mais a protagonista da reconciliação, qual força promotora de uma autêntica justiça e de uma mui necessária paz.
Tenho a honra de convidar Vossa Santidade a entregar a Exortação Apostólica Pós Sinodal Africae munus aos
Presidentes das Conferências Episcopais da África e através deles a toda a Igreja Católica que peregrina no amado continente africano.








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