Cidade do Vaticano (RV) – O Papa fala da África como um “imenso pulmão espiritual
para uma humanidade em crise de fé e de esperança”. Um continente que não somente
é rico em recursos materiais – como bem sabem aqueles tantos que procuram explorá-los
– mas também de riquezas humanas e espirituais, de amor pela vida, de criatividade
e de cultura.
A compreensão do Evangelho e o conseguinte “compromisso da África
por Cristo” – é este o título da Exortação final do Sínodo que o Papa apresenta nestes
dias no Benin - podem então não somente reerguer os povos do continente das suas
dificuldades, mas transformá-los em protagonistas no caminho do novo milênio.
O
elo entre os discursos do Papa e que atravessa a sua Exortação é a esperança. Esta
é a palavra-chave que retorna continuamente nas diversas etapas da viagem para a construção
da reconciliação, da justiça e da paz. É a palavra que o Papa grita com força aos
chefes de governo e aos responsáveis: “Não privem seus povos da esperança”, enquanto
estimula-os à sabedoria, à responsabilidade, à boa governança.
A Igreja Católica
participa todos os dias da vida do povo, se ocupa de maneira concreta da sua saúde,
da sua educação, do seu crescimento humano e cultural, e encoraja-o à livre participação
à vida social e políticia.
A esperança da qual fala a Igreja dá forças ao compromisso
terreno e torna-o nobre, abrindo-o ao horizonte espiritual e eterno.
Quem
ama tanto a África a ponto de hoje ter coragem de dizer que ela pode ser o “continente
da esperança”? A Igreja Católica, que se sente animada pelo Espírito criador de Deus
e se sente realmente africana, tem o dom deste amor e desta coragem.