2011-11-18 18:06:41

Novo premiê italiano recebe voto de confiança do Parlamento


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) - Antes de obter a confiança dos Senadores, o primeiro-ministro Mário Monti enfrentou seu primeiro revés: nas principais cidades da Itália, a quinta-feira foi marcada por protestos, principalmente de estudantes. Em Roma, aproveitando a greve dos transportes, os estudantes protestaram pelas principais ruas do centro histórico: o grito era de que o novo governo atenderia apenas os interesses dos bancos. Mais tarde, no Senado, Monti disse que seu governo é técnico, composto por ministros que não têm carreira política, contudo falou que esse caráter técnico não deve desmerecer os atos políticos.

“Espero que o meu governo e eu possamos, no período que nos foi colocado a disposição até 2013, contribuir com respeito e humildade para reconciliar as relações dos cidadãos com as instituições, dos cidadãos com a política”.

Com esse discurso, Mário Monti obteve o voto de confiança de 281 senadores. O maior índice já alcançado por um primeiro-ministro na história da República Italiana. O fato é que existe muito há ser feito para equilibrar a economia italiana e retomar o crescimento. A dívida pública da Itália é a segunda maior da zona do euro, atrás apenas da Grécia, e equilave a 140% de Produto Interno Bruto italiano. Mário Monti, professor da Universidade de Bocconi, em Milão, também vai acumular a pasta de Ministro da Economia. Seu governo, como disse aos senadores, será rigoroso, baseado no crescimento e sobretudo, na igualdade.

Nesta sexta-feira, no último capítulo da transiçãp relâmpago no governo italiano, Monti voltou a pedir a confiança, mas desta vez na Camara dos Deputados. E foi atendido, também com votacao recorde: 556 favoráveis, 61 contra.

Uma larga maioria que confiou no ambicioso programa cuja articulação prevê intervenções em impostos para imóveis, nas aposentadorias e mudanças para alavancar a criação de postos de trabalho.

O economista da Universidade de Bologna, Stefano Zamagni alerta que o débito público não é o grande vilão da Itália hoje. O economista lembra que o débito público está neste nível há 15 anos, mas que antes a especulação dos mercados não tinha conseguido frear a economia italiana.

“As finanças devem voltar a ser uma ponte como era no início. Isso porque as finanças nasceram em casa católica, na Escola de Pensamento Franciscano que por volta de 1.300 fez nascerem as finanças modernas. Os franciscanos sabiam como limitar as finanças. Depois, as coisas andaram do jeito que sabemos e as finanças se tornaram auto-referenciais, que equivale a dizer que respondia a ela mesma e vimos as consequências. A Doutrina Social da Igreja há séculos ensina sobre este ponto, mas até tempos recentes a Doutrina foi desmerecida e agora muitos estão pagando as consequências deste desmerecimento”.








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