2011-11-18 19:31:49

Líder indígena é executado no Mato Grosso do Sul


Cidade do Vaticano (RV) - A Survival International denuncia a execução do líder religioso indígena Guarani Nísio Gomes, morto por pistoleiros encapuzados diante da comunidade de Amambaí, no Mato Grosso do Sul.

Pistoleiros cercaram Nísio Gomes e ordenaram que os membros de sua comunidade deitassem no chão. Testemunhas afirmam que ele recebeu tiros na cabeça, no peito, nos braços e nas pernas. O corpo de Nísio, um senhor de 59 anos de idade, foi então levado embora.

Acredita-se que ele era o alvo principal deste ataque, embora hajam relatos não-confirmados de crianças terem sido raptadas e do assassinato de uma mulher.

Nísio Gomes era líder de um grupo de índios Guarani, 60 dos quais haviam retornado a uma parte de sua terra ancestral no início de novembro, após terem sido expulsos por fazendeiros pecuaristas.

Membros da comunidade dizem que esta não é a primeira vez que sofrem um ataque desde seu retorno e que capatazes estavam rodeado seu acampamento ao lado da estrada desde quarta-feira.

Um indígena Guarani disse: “o povo continua no acampamento, nós vamos morrer aqui mesmo. Não vamos sair do nosso tekoha (terra ancestral)”.

O assassinato de Nísio Gomes demonstra paralelos alarmantes com o assassinato de Marcos Veron, um líder Guarani morto por funcionários de um pecuarista brasileiro em 2003.

O Diretor da Survival International, Stephen Corry, fez um alerta: “parece que os fazendeiros não estarão satisfeitos até matarem todos os Guarani. Este nível de violência contínua era comum no passado e resultou na extinção de milhares de grupos e sociedades indígenas. É uma absoluta vergonha que o governo brasileiro permita que esta violência continue nos dias atuais”.

Segundo a assessoria de imprensa da FUNAI, representantes do órgão estão presentes junto com a polícia na cidade de Amambaí. Ainda de acordo com a FUNAI, a terra indígena está localizada numa área em processo de demarcação, portanto ainda não reconhecida como terra indígena. Contudo, o reconhecimento enfrenta dificuldades por embargos judiciais resultantes de ações movidas por produtores rurais que atrasam o reconhecimento.
(RB)








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