O Benim á espera de Bento XVI: A enviada da Rádio Vaticano, Dulce Araújo
(17/11/2011) Bento XVI partirá para o Benim nesta sexta feira, dia 18 de para a
sua 22ª viagem apostolica por ocasião da assinatura e publicação da Exortação
Apostólica pós-sinodal “Africae munus”. O documento é o fruto da II
assembleia especial para a África do Sínodo dos Bispos, efectuada no Vaticano em Outubro
de 2009, e guiará as atividade pastorais da Igreja em África nos próximos anos. No
Benim entre sábado e domingo, o Papa encontrará os Representantes das Instituições
civis, politicas e diplomáticas, os lideres das outras religiões e naturalmente a
Igreja do País, os Presidentes das Conferencias episcopais de toda a África, os padres,
os religiosos e as religiosa, os leigos cristãos empenhados na pastoral e nas atividades
sociais e caritativas. Mas terá também um encontro especial com as crianças.A enviada
da Rádio Vaticano no Benim, Dulce Araujo. Ekabo, Nakoyo, bienvenu
… As boas-vindas ao Papa são-lhe dadas em varias línguas nos grandes cartazes, com
a sua imagem, que se vêem pelas ruas de Cotonou, cidade multicultural e multireligiosa.
Mas para todos (cristãos, adeptos da Religião Tradicional Africana ou muçulmanos),
o Papa vem em nome de Deus, em nome da paz. Por isso, a sua vinda representa uma grande
festa, uma grande alegria para todo o povo beninês. Latif Traoré é um jovem muçulmano…
“Eu sou muçulmano, está a ver, não sou católico, mas todos adoramos o mesmo
Deus. E é uma honra que o Chefe da Igreja Católica venha visitar o nosso país. E se
a Igreja católica se tornar na primeira religião do Benin, bem, não é um problema.
O essencial é que permaneçamos na via de Deus… Se eu tiver ocasião irei ouvir a Palavra
de Deus trazida pelo Papa e ver se há algo a aprender dos católicos porque, afinal
de contas, é o mesmo Deus que adoramos. Não me incomoda ir ouvir o Papa falar, pregar
porque ele vem para a reconciliação. Portanto, que sejamos muçulmanos, católicos,
evangelistas, todos somos convidados a permanecer juntos e a acolhê-lo em boas condições
e a ouvir a Boa Nova que nos trouxe” De todos os cantos do país, jovens
e adultos já começaram a chegar à capital, na esperança de poder ver de perto o Santo
Padre e ouvir as suas palavras. “Ele vem confirmar-nos na fé, vem unir-nos...
A sua vinda honra o Benin e mostra que a África tem um lugar importante no mundo,
que o futuro da humanidade está também nas suas mãos”… refere a maioria das pessoas
quando interpeladas sobre a importância da visita do Papa. Os motivos que trazem
Bento XVI ao Benin, sabemos, são vários: debruçar-se sobre o túmulo do seu grande
amigo cardeal Gantin, memorável filho desta terra; comemorar com o país o jubileu
dos 150 de evangelização, e sobretudo entregar aos bispos da África a Exortação Apostólica
pós-sinodal sobre reconciliação, justiça e paz. É, portanto, toda a África que se
reúne em Cotonou para receber de Bento XVI “Africae Munus”, o documento que irá guiar
a Igreja em África no empenho de dignificação dos filhos deste continente, humilhado
ainda por diversas formas de pobreza e de conflitos. De Norte a Sul, de Este a
Oeste, delegações de bispos e fieis de toda a África já estão a encher a capital do
Benin, a qual não poupa esforços para acolher o chefe da Igreja católica da melhor
forma. Os últimos retoques estão a ser dados às ruas e estradas por onde o Papa irá
passar; os lugares de encontro refrescados de tinta, igrejas e palcos enfeitados com
as cores do Vaticano… Na Paroquia de Santa Rita, onde o Papa encontrará as crianças,
Júlia está a ultimar a decoração da Igreja. Prevalecem o amarelo e o branco, cores
do Vaticano, para dizer ao Papa que está no Benin, mas que deve sentir-se em casa,
como se estivesse no Vaticano. No tecto um grande núcleo amarelo, donde partem ramificações
brancas em tecido… … “É uma teia de aranha, para dizer que estamos em cadeia
e interligados ao mesmo tempo pelo amor do Evangelho” – diz Júlia orgulhosa
por a Paróquia onde nasceu e cresceu receber a visita do Papa… “Owau, para
mim é um grande orgulho poder dizer que o Papa virá à minha Paróquia. Em toda esta
grande cidade de Cotonou… é à minha Paróquia…. Sinto-me honrada, estou muito contente
e orgulhosa. E a todos os que querem ouvir, digo… É à minha Paróquia.. Sinto-me privilegiada…
“ Um privilegio que se estende a todo o Benin, oásis de paz, num continente sedento
de reconciliação e justiça e onde a Igreja tem um importante papel a desempenhar.
De Cotonou para a RV, Dulce Araújo.