Cidade do Vaticano
(RV) – A Liga Árabe, reunida nesta quarta-feira em Rabat, no Marrocos, concedeu
três dias para que Damasco acabe com a repressão, caso contrário serão impostas novas
sanções. A decisão foi comunicada pelo Primeiro-Ministro do Catar, Hamad bin Jassim,
que anunciou ainda o desligamento da Síria da Liga Árabe.
A Síria havia sido
convidada para a reunião na capital marroquina, mas se negou a participar. Enquanto
isso, em Damasco, defensores do regime do Presidente Bashar al-Assad promoviam novos
ataques a embaixadas de países que condenam a repressão na Síria.
O isolamento
internacional da Síria é cada vez mais evidente. Nesta quarta-feira a França retirou
seu embaixador do país. A Turquia, em conversas com a Liga Árabe, também acatou possíveis
novas sanções e ambos descartaram uma intervenção militar.
Maria Grazia Enardu,
especialista em Relações Internacionais da Universidade de Florença, diz que a decisão
da Liga Árabe é um “sinal forte”, entretanto os países que podem realmente interferir
na Síria não são os países árabes.
“O país mais importante, sem dúvidas, é
a Turquia, que fornece à Síria bens e serviços, tais como eletricidade - e já avisou
que poderá cortá-la – e, sobretudo, fornece e recebe mercadorias. Talvez ainda mais
importante, apesar de estar longe geograficamente, seja o papel da Rússia. Isso porque
depois do fim do regime na Líbia, onde a Rússia tinha direito de usar os portos, agora
os russos tem apenas um porto no Mediterrâneo, o porto de Tartous, aberto à sua frota
para que não precise voltar ao Mar Negro para cada necessidade”. (RB)