Unicef denuncia escalada de violência contra crianças na Somália
Mogadíscio (RV) – O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) denuncia
a escalada de violência contra crianças na Somália como consequência dos conflitos
no país. O alerta foi dado nesta terça-feira.
Em comunicado, o Fundo chamou
a atenção para o grande número de civis e crianças vítimas do fogo cruzado no sul
e no centro desse país africano. A Somália enfrenta conflito civil entre militantes
islâmicos, milícias e forças de segurança desde os anos 90.
“Um número crescente
de crianças e civis foram capturados durante esses confrontos”, alertou o representante
do Unicef na Somália, Sikander Khan, segundo o qual “nas últimas semanas, houve um
preocupante aumento de homicídios e graves ferimentos nas crianças”.
De acordo
com monitoramentos e relatórios das Nações Unidas sobre as graves violações dos direitos
das crianças, somente no mês de outubro, 24 foram mortos e 58 sofreram graves ferimentos,
o que corresponde ao dobro registrado nos outros meses do ano.
Do início de
2011 até agora, 300 crianças foram gravemente feridas e outras 100 foram mortas. E
esses são somente os números de registros oficiais. O número real é ainda maior.
Outra
denúncia do Unicef é o aumento do recrutamento de crianças para serviços armados,
bem como a piora na situação das violações sexuais de menores e mulheres. Os registros
desse ano mostram mais de 600 recrutamentos de crianças e mais de 200 casos de violência
sexual, principalmente contra meninas.
“As vidas das crianças somalis estão
sendo postas, cada vez mais, em risco, devido ao crescente conflito. Em base ao Direito
Internacional, convocamos todas as partes no conflito a pararem com os assassinatos,
as mutilações, o recrutamento e o estupro das crianças. Todas elas devem ser postas
em segurança e protegidas”, disse o representante do Unicef.
Desde 2005,
o sistema das Nações Unidas tem registrado graves violações dos direitos das crianças
na Somália. Mas elas já existiam muito antes de serem constatadas por fonte oficiais.
Já estamos atrasados. (ED)