Ação Evangelizadora na Amazônia: a experiência de Santarém
Cidade
do Vaticano (RV) - A Assembleia Geral da CNBB, realizada em Aparecida em maio
passado, definiu as diretrizes gerais da Ação Evangelizadora da Igreja, no contexto
da Missão Continental. Os bispos elegeram também a nova Comissão Episcopal para a
Amazônia, que será presidida pelo Cardeal Cláudio Hummes, e tem como membros Dom Moacyr
Grechi (vice-presidente); Dom Erwin Krautler (secretário geral); e a Irmã Maria Irene
Lopes dos Santos (assessora).
Em setembro, a Comissão Episcopal se reuniu e
fez uma análise dos trabalhos desenvolvidos, que atualmente são 12, e definiu os projetos
para o próximo ano.
Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário-geral da CNBB,
bispo auxiliar de Brasília, relata, nesta reportagem, uma experiência em andamento
na Diocese de Santarém (PA), que está dando muitas satisfações.
“Em primeiro
lugar, creio que hoje quase todas as dioceses estão fazendo as missões populares.
Este é um aspecto muito interessante. Em relação especificamente à Amazônia, existe
uma experiência que vale a pena ser conhecida, na Diocese de Santarém. No tempo de
férias, levam-se seminaristas de diversas dioceses e permanecem dois meses em missão
na Amazônia. Eles têm inicialmente uma semana de encontros, de estudos para conhecerem
a realidade: em seguida, fazem dois dias de retiro: visitam comunidades que recebem
às vezes a visita de um sacerdote duas vezes por ano - quando recebem - e permanecem
nestas comunidades pequenas, simples, pobres; visitam todas as casas, dão formação,
participam da vida destas famílias, depois retornam e fazem uma avaliação do tempo
que passaram. Dependendo da programação, ficam uma semana, quinze dias no meio do
povo. Uma pessoa, no caso, já duas vezes, foi o Dom Eugenio Rixen, bispo de Goiás,
e que foi até pouco o Presidente da Comissão para a Bíblia e a Catequese, um homem
entusiasta da missão, ou o próprio Dom Esmeraldo, bispo de Santarém, acompanham pessoalmente
as etapas de revisão, de discussão, reflexão e depois novamente o retiro. Tem sido
uma experiência muito bonita e eu diria até muito importante para despertar o espírito
missionário nos futuros sacerdotes. Nós temos dioceses no Brasil que têm sacerdotes
suficientes, mas não temos espírito suficiente de missionariedade. Agora, o Presidente
da Comissão, Dom Pedro Brito, Arcebispo de Palmas, tem levado adiante esta experiência
junto com Dom Esmeraldo. Devagar também estamos vendo a possibilidade de abri-la em
outras dioceses”.