Caritas Brasileira conclui Congresso com novo presidente: Dom Flávio Giovenale
Passo Fundo (RV) – Concluiu-se no sábado, em Passo Fundo (RS), o IV Congresso
e a XVIII Assembleia da Caritas Brasileira.
O Congresso concordou uma nova
diretriz geral de ação: "A Cáritas Brasileira se compromete com a construção do Desenvolvimento
Solidário Sustentável e Territorial, na perspectiva de um projeto popular de sociedade
democrática".
Entre as prioridades estratégicas, a promoção e fortalecimento
de iniciativas locais e territoriais de desenvolvimento solidário e sustentável; a
defesa e promoção de direitos, mobilizações e controle social das políticas públicas;
e a organização e fortalecimento da Rede Caritas.
Durante o evento também foi
eleita a nova diretoria da Caritas: como Presidente, foi escolhido o Bispo da Diocese
de Abaetetuba (PA), Dom Flávio Giovenali. Anadete Gonçalves Reis foi reeleita para
a vice-presidência da entidade com 99% dos votos.
O Bispo de Abaetetuba é salesiano,
originário da cidade de Murello, Itália. Ele está há 37 anos no Brasil, sempre engajado
nas lutas por justiça social no Pará.
Em uma de suas passagens
por Roma, Dom Fávio foi entrevistado por Cristiane Murray e falou sobre os principais
desafios de sua Diocese: "Os principais desafios sociais da nossa Diocese são, em
primeiro lugar, uma vida digna para todos, chance de vida para todos. A economia mudou
profundamente nos últimos 30-40 anos, se passou de uma agricultura quase de subsistência,
de pequenos agricultores que ficavam ali vivendo como seus avós, para uma necessidade
de vida melhor. As comunicações melhoraram, portanto as pessoas querem uma qualidade
de vida melhor. Ao mesmo tempo, o tipo de agricultura mais familiar e que na região
tinha como centro a produção de cana de açúcar e de cachaça, foi 'para o brejo'. De
50 engenhos que existiam em Abaetetuba, só sobrou um e não tem uma produção regular.
Ao mesmo tempo também o governo brasileiro desde os anos 70, nos diversos governos,
tanto militares como depois civis, procurou levar um desenvolvimento para a região
segundo um modelo que não foi adaptado à região. Os grandes projetos normalmente são
muito bons para a nação, como o projeto do alumínio, da produção de energia elétrica,
são muito bons para o Brasil, com efeito positivo, mas para a população local são
nocivos, porque exige o remanejamento de milhares e milhares de pessoas".