A Catedral de Praga: centro pulsante da Igreja Católica na República Tcheca
Praga (RV) -
Neste sábado, 12 de novembro, na Catedral de Praga, está sendo celebrado o oitavo
centenário do nascimento de Santa Inês da Boêmia. Presente na cerimônia, o enviado
especial do Santo Padre, o Arcebispo de Colônia (Alemanha). O Especial Catedrais embarca
nessa viagem e leva vocês como acompanhantes para conhecer a Catedral de Praga, capital
da República Tcheca, cidade de história e de encantos, onde sinos ressoam pelas pontes
antigas e por corações fiéis.
Quando a gente chega em Praga, na parte antiga
cidade, tem a impressão de estar fazendo uma viagem no tempo. O barulho dos bondes
elétricos misturam-se aos rostos claros de traços finos e à arquitetura de cúpulas,
torres e ocre, criando um cenário de testemunho constante dos tempos passados, das
marcas de uma história que, por muitos anos, fez sentir seu peso. Beleza digna de
um romance de Kafka, grande escritor fruto daquelas terras.
Conhecida como
"cidade das cem cúpulas", Praga é um dos mais belos e antigos centros urbanos da Europa,
dona de um grande patrimônio arquitetônico e rica vida cultural. Além disso, é o principal
centro econômico e industrial da República Tcheca. Situa-se na região da Boêmia Central,
sobre colinas e banhada pelas águas do rio Moldava, que atravessa a cidade e as suas
pontes. E é a partir de uma das mais famosas pontes dessa cidade que os levaremos
até a Catedral.
Estamos na Ponte São Carlos. Trata-se da ponte mais antiga
de Praga e a segunda mais antiga de todo o país. Em uma atmosfera mágica, repousa
inabalável sobre o rio Moldava, ligando a Cidade Velha ao Castelo de Praga. A protege-la,
30 estátuas barrocas dispostas em suas bordas representando santos e patronos venerados
pelo povo de então (entre os anos de 1683 e 1714, quando foi construída). A extremidade
que se apoia sobre a Cidade Velha é emoldurada por uma belíssima torre gótica, tida
como um dos exemplos mais impressionantes do mundo nesse estilo. Cruzamos então
essa belíssima ponte, saindo da Cidade Velha e chegando ao Castelo de Praga, fortificado
no alto de uma colina e construído entre os séculos XIV e século XVII.
Ao
seu lado, ergue-se imponente e encantadora a grande Catedral gótica de São Vito, obra
prima da arquitetura e o maior e mais importante templo católico da República Tcheca.
Sua construção durou um século, mas foi sendo aperfeiçoada por mais cinco
- ao total podemos estipular do ano 1344 ao 1929. Era 21 de novembro de 1344 quando
a sua primeira pedra foi posta. Naqueles tempos, tinha-se somente o desenho do belo
edifício que tomou corpo ao longo dos séculos, idealizado pelo arquiteto francês Mathieu
D’Arras. Hoje ela é uma nave tripla, atravessada por um curto transepto que faz com
que sua forma, vista do alto, seja a de uma cruz. A fachada é ladeada por duas torres
e a sua extremidade oposta, onde fica o coro, é circular e decorada por cinco capelas,
coroada por uma meia cúpula. Visto do lado de fora, esse conjunto é ainda mais impressionante,
pois vê-se o relevo dessas cinco capelas que circundam uma cúpula central pontiaguda.
No interior, a Capela de São Venceslau é um lugar especial, pois lá estão
as relíquias do Santo. O dourado e um vermelho vinho do mármore são as cores que predominam
no seu interior, que já foi palco para coroações, casamentos e funerais da realeza
da Boêmia. Mosaicos e vitrais completam a beleza e iluminam concreto e corações.
O
campanário guarda o sino mais antigo da República Tcheca, que chama os fiéis, lá do
alto, a unirem-se em oração. E ele cumpre com louvor o seu dever desde 1548. E o badalar
nos lembra que o Especial Catedrais chegou ao fim. Deixamos vocês com esse gostinho
dos tempos que se foram, mas que sobrevivem através do testemunho dessa Catedral,
que tudo viu, que tudo ouviu, e que se mantém forte, como a fé no coração de quem
tem olhos para o divino. (ED)