(10/11/2011) Família , escola, cidade: para D. Francisco Follo, observador permanente
da Santa Sé junto da UNESCO são estas pequenas sociedades de onde partir para a construção
da paz. Na sua intervenção no debate publico da conferencia geral daquela organização
das Nações Unidas. D. Follo recorda o recente apelo do Papa á ecologia humana, como
necessidade imperativa e deteve-se sobre a ligação existente entre educação e paz. Paz
que, recorda o diplomata, é um objectivo que se pode atingir partindo da família,
escola e cidade, pequenas sociedades no interior das quais encontrar modelos ou docentes.
De facto é na família, célula social original, constituída pelos pais e pelos filhos
que o homem aprende a ser humano. Aprender a viver em família, é portanto uma prioridade. Segunda
sociedade é a escola, lugar não só de instrução, mas também de aprendizagem a comportar-se
como seres sociais A escola, adverte D. Follo viria a faltar á sua missão se propusesse
apenas um ensinamento teórico esquecendo-se de favorecer a introdução de uma vida
comum serena, necessária para o desenvolvimento de cada homem. Num mundo dividido
profundamente, ameaçado por recontros violentos, a escola pode formar agentes de paz
e promover uma cultura de dialogo aberta á autocrítica. Desta maneira, prosseguiu
D. Francisco Follo a escola pode além disso combater situações de grande desigualdade,
exigir que os direitos humanos sejam respeitados em toda a parte e sobretudo pode
educar para a compreensão daquilo que somos: uma única família humana! Mas família
e escola colocam-se no interior da cidade, entendida no seu significado original segundo
a terminologia grega de cidade, vila, ou aldeia. O nosso mundo, observa o expoente
da Santa Sé, é cada vez mais urbanizado e a cidade tornou-se lugar de vida da maior
parte dos nossos contemporâneos. Tornou-se, de maneira contraditória o lugar onde
vivem e exprimem a cultura mais refinada e a pior violência, o lugar da riqueza e
da pobreza esmagadora. Por isso é necessário empenhar-se para que a cidade, vila
ou aldeia sejam verdadeiramente humanas. Por outras palavras, para que a comunidade
de pessoas que as constituem esteja consciente da necessidade de fundar a própria
existência sobre os princípios positivos que derivam das respectivas culturas e
levem a uma cultura de paz que ponha de lado todo o tipo de violência. Daqui a
conclusão de D. Follo: a construção da paz através de três estrados - família, escola
e cidade - pode levar a uma cultura de paz que pode influenciar, de uma maneira mais
ampla, a coexistência harmoniosa das nações. Finalmente o apoio da Santa Sé á plataforma
intersectorial para uma cultura de paz e não violência da UNESCO.