2011-11-10 18:03:51

Bispos portugueses dizem que crise financeira internacional coloca democracia em risco


(10/11/2011) A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou a mensagem ‘Esperança em tempo de crise’, afirmando que a atual situação nacional e mundial pode colocar em risco a “democracia”.
“É cada vez mais claro que a política internacional não pode reduzir-se, nem muito menos submeter-se, a obscuros jogos de capital que fariam desaparecer a própria democracia”, assinala o documento, divulgado em Fátima, no final da assembleia plenária da CEP.
Para os bispos, a vida democrática “só acontece onde todos se reconhecem, respondendo cada um pelo que faz ou não faz, à luz de valores e direitos que a todos interessam e suportam”.
“Nem podemos abster-nos da vida democrática, nem devemos cair nas mãos de novos senhores sem rosto. Também aqui se há de respeitar a verdade, condição básica da justiça e da paz”, alerta.
A mensagem pede que o momento “difícil” que o país atravessa sirva para “aprofundar” os “valores” de base numa “sociedade justa e saudável”.
O documento episcopal admite a existência de “fatores externos e internos”, na origem da crise, “como muitas análises, mais ou menos coincidentes, não deixam de evidenciar”.
“Excessiva especulação financeira e pouca consistência económica somaram-se negativamente e tanto nos enfraqueceram internamente como nos prejudicaram internacionalmente. Alimentámos, ou alimentaram-nos, aspirações que agora são impossíveis de concretizar”, indicam os bispos católicos.
Na mensagem, a CEP diz seguir “o esforço dos vários responsáveis nacionais e internacionais, agora mais premente pela magnitude dos problemas”, lamentando a falta da “base material em que tudo o mais se sustenta, ou seja, uma vida económica saudável e suficientemente apoiada pelo investimento e pelo crédito, que garanta trabalho digno para todos: trabalho que é condição indispensável para o sustento e a realização das pessoas e das famílias”.
O episcopado católico dirige-se aos cidadãos portugueses e aos imigrantes “neste difícil fim de 2011”, falando num compromisso “com todos, especialmente os mais atingidos pela presente crise e as grandes interrogações que ela levanta”.
Em conclusão, a CEP oferece “solidariedade ativa, como é exercida diariamente pelas instituições sociais católicas” e insiste nos “valores e princípios fundamentais da doutrina social da Igreja”.
A mensagem convida a “reproduzir agora os sentimentos daquele Cristo, que tendo nascido há dois mil, quer ‘renascer’ também no Natal que se aproxima – e com a mesma luz para idênticas trevas”.








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