2011-11-09 18:14:12

Igreja Católica em Portugal critica «ditadura» económica do capital e «jogos obscuros».Bispos vão publicar mensagem de «esperança em tempo de crise», alertando para pobreza e injustiça no país


(9/11/2011) A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) vai apresentar uma mensagem ao país, intitulada ‘Esperança em tempo de crise’, anunciou hoje em Fátima o secretário do episcopado, criticando a “ditadura do capital” e “jogos obscuros” do poder.
"Se há paraísos fiscais, quer dizer que há infernos de pobreza e de injustiça e certamente que importa corrigir", sublinhou o padre Manuel Morujão.
A respeito da mensagem dos bispos de Portugal, o secretário da CEP declarou que “às vezes as próprias forças políticas são subalternizadas, como que há uma ditadura do capital, que se sobrepõe à liberdade [e] que acaba por ferir aqueles que são mais frágeis".
O sacerdote sublinha que a mensagem não pretende apontar o dedo a ninguém, mas denunciou “jogos obscuros do poder, sobretudo do poder económico, gente sem rosto que, de alguma maneira, provoca ditaduras económicas a que todos ficam sujeitos".
A nota pastoral que tinha sido anunciada antes da 178ª Assembleia Plenária da CEP deu lugar a uma mensagem “breve”, “afetiva e efetiva”, para “manter a proximidade e a solidariedade com o povo que sofre”.
O secretário da CEP destacou a intenção de “ajudar aqueles que batem à porta das instituições da Igreja”.
A esperança, acrescentou, não se limita a “palavras” ou “ideia vaga”, mas passa por “gestos”, dados pelas instituições sociais católicas, “no dia a dia”, mesmo que fuja às “manchetes”.
O padre Manuel Morujão diz não ser possível “esperar tudo dos poderes políticos”, “ninguém pode cruzar os braços e esperar que a solução mágica caia do céu", apesar de o Governo ter “um papel fundamental”.
Este responsável anunciou, por outro lado, que D. Manuel Clemente, bispo do Porto e vice-presidente da Conferência Episcopal, e D. António Couto, auxiliar de Braga e presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, foram eleitos como delegados do episcopado português ao Sínodo sobre a ‘Nova Evangelização’, convocado por Bento XVI para outubro de 2012, no Vaticano.








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