2011-11-05 12:58:58

Cardeal Montezemolo: "deixar a Terra Santa é trair Cristo"


Roma (RV) - O Cardeal Andrea Cordero Lanza di Montezemolo, ex-Núncio Apostólico em Israel, exortou todos os cristãos do mundo a recordarem que Jesus existiu e que se os cristãos abandonarem a Terra Santa estariam traindo Cristo. O Cardeal Montezemolo é recordado por seu trabalho bem sucedido nos países que hoje compartilham a Faixa de Gaza. Em 1990 foi nomeado Delegado Apostólico em Jerusalém e Palestina, e após difíceis negociações, obteve o estabelecimento de relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Estado de Israel, sendo o primeiro Núncio Apostólico naquele país.

Em uma entrevista concedida ao grupo ACI em Roma, o Cardeal explicou que “os cristãos devem continuar com sua presença em um lugar que se tornou famoso por causa de Cristo”. Naqueles enclaves “onde Jesus viveu, Ele fez toda a ação redentora, isso não é possível negar”. “Se os cristãos deixaram a Terra Santa seria como trair a Cristo”, afirmou.

O Cardeal indicou que na Terra Santa é necessária a participação dos cristãos tanto no campo do direito, como também dentro de outras possibilidades concretas. “Muitos cristãos vão embora, deixam a Terra Santa porque não encontram possibilidades ou facilidades para viver, para trabalhar então deve-se fazer toda uma ação para que possam permanecer e seguir dando testemunho de sua fé”, explicou. O purpurado conseguiu no ano 1997 que fossem reconhecidas em Israel todas as instituições católicas, como entidades jurídicas para poder viver publicamente e ter direito a propriedades, uma conta no banco ou apresentar-se ante um tribunal.

“Isto foi muito importante, os acordos seguiram durante esses anos sobre outros diálogos, outras reflexões, outros pontos, há sempre que melhorar, que esclarecer, e fixar os direitos e os deveres de todas as instituições católicas em Israel, ante Israel, mas também ante a Palestina, com a qual não há ainda um intercâmbio diplomático porque a Autoridade Palestina e a Palestina como tal não é um Estado”.

O purpurado explicou que quando o Estado palestino for reconhecido de maneira especial pela Organização das Nações Unidas, “não haverá nenhuma dificuldade para estabelecer também relações em nível de nunciatura e embaixada, segundo a Convenção de Viena”. “Nestes últimos tempos foram dados passos avante para reconhecer os dois estados. Não é fácil, porque há muitos problemas que permanecem e não encontraram ainda uma solução”, recordou.

Dom Montezemolo afirmou que a atividade da Custódia da Terra Santa necessita de uma voz no campo internacional, “não somente para informar, mas também para convidar a estudar, a conhecer”. “Diz-se que a Terra Santa, os monumentos da Terra Santa são como o quinto Evangelho, e é verdade porque falam de algo que não é somente museu, algo que tem que representar uma vitalidade para todos os cristãos e de maneira especial os católicos de hoje”, concluiu.
O Cardeal Montezemolo também foi Núncio Apostólico em diferentes países da América Latina, como a Nicarágua, Honduras e Uruguai, e escreveu um livro sobre as Catequese Paulinas de Bento XVI. Atualmente é Arcebispo Emérito da Basílica de São Paulo fora dos Muros de Roma. (SP)








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