Na audiência geral, Bento XVI explica sentido da celebração dos Fiéis Defuntos. Papa
faz votos que Cimeira dos G20 (Cannes, 3-4) contribua para superar as dificuldades
à promoção de um desenvolvimento humano integral.
(2/11/2011) Bento XVI lançou hoje um apelo aos líderes que integram o G20, pedindo
que a sua próxima reunião procure soluções para a promoção de um desenvolvimento “integral”. “Desejo
que o encontro ajude a superar as dificuldades que, a nível mundial, criam obstáculos
à promoção de um desenvolvimento autenticamente humano e integral”, disse, no final
da audiência pública semanal, que decorreu no Vaticano, perante mais de 6 mil pessoas. No
apelo aos chefes de Estado e de Governo que se vão reunir entre quinta e sexta-feira
na cidade francesa de Cannes, o Papa disse que estes responsáveis devem “examinar
as principais problemáticas ligadas à economia global”. No dia dos Fiéis Defuntos,
Bento XVI dedicou a catequese da audiência geral à atitude do cristão perante a
morte e na sua relação com os irmãos já falecidos. “A solenidade de todos
os Santos e a Comemoração de todos os fiéis defuntos dizem-nos que só quem pode reconhecer
na morte uma grande esperança, é que pode viver uma vida a partir da esperança”. “Se
reduzimos o homem exclusivamente à sua dimensão horizontal, ao que se pode experimentar
empiricamente, a própria vida perde o seu sentido mais profundo. O homem tem necessidade
de eternidade e qualquer outra esperança é para ele demasiado breve, limitada demais”. “O
homem só se explica se há um Amor que supere todo o isolamento, mesmo o da morte,
numa totalidade que transcenda também o espaço e o tempo. O homem é explicável, encontra
o seu sentido mais profundo, somente se há Deus”.
Evocando Jesus
que, depois da ressurreição, se faz companheiro dos discípulos de Emaús, o Papa sublinhou
que em Cristo Deus se mostrou verdadeiramente, se tornou acessível, tendo amado tanto
o mundo ao ponto de dar-lhe o Filho unigénito para que, quem crê nele tenha a vida
eterna. "Deslocando-nos aos cemitérios, a rezar com afeto e amor pelos nossos
defuntos, somos uma vez mais convidados a renovar com coragem e com força a nossa
fé na vida eterna, e a viver com esta grande esperança, testemunhando-a ao mundo”. Ouçamos
as palavras pronunciadas em português: "Queridos
irmãos e irmãs, Hoje a Igreja nos convida a pensar em todos aqueles que
nos precederam, tendo concluído o seu caminho terreno. Na comunhão dos Santos, existe
um profundo vínculo entre nós que ainda caminhamos nesta terra e a multidão de irmãos
e irmãs que já alcançaram a eternidade. Em definitiva, o homem tem necessidade da
eternidade; mas por que experimentamos o medo diante da morte? Dentre as várias razões,
está o fato de que temos medo do nada, de partir para o desconhecido. Não podemos
aceitar que de improviso caia, no abismo do nada, tudo aquilo que de belo e de grande
tenhamos feito durante a nossa vida. Sobretudo, sentimos que o amor requer a eternidade,
não pode ser destruído pela morte assim num momento. Além disso, assusta-nos a morte,
por causa do juízo sobre as nossas ações que a ela se segue. Mas Deus manifestou-Se
enviando o seu Filho Unigênito para que todo aquele que acredita não se perca, mas
tenha a vida eterna. É consolador saber que existe um Amor que supera a morte, um
amor que é o próprio Deus que se fez homem e afirmou: «Eu sou a ressurreição e a vida.
Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá» (Jo 11,25).
Saúdo
com afeto os peregrinos de língua portuguesa, em particular os brasileiros vindos
de diversas cidades do Estado de São Paulo. Exorto-vos a construir a vossa vida aqui
na terra trabalhando por um futuro marcado por uma esperança verdadeira e segura,
que abra para a vida eterna. Que Deus vos abençoe!"