Famílias cristãs com «responsabilidade» acrescida na construção de novo paradigma
socioeconómico. É necessária uma «intervenção carregada de humanismo e interioridade»
(1/11/2011) O papel das famílias cristãs na construção de um novo paradigma socioeconómico,
exigido pela crise, esteve em destaque na 23ª Jornada Nacional da Pastoral Familiar,
que decorreu entre sexta-feira e domingo em Fátima. O encontro, que teve como tema
“Família, compromisso na verdade”, juntou no Seminário do Verbo Divino diversos representantes
diocesanos ligados ao setor, entre os quais Jorge Cotovio, de Coimbra, que falou sobre
como “viver em cidadania”. Em declarações à Agência ECCLESIA, aquele responsável
mostrou-se convicto de que “esta crise vai fazer muito mais apelo aos valores eternos,
da espiritualidade” e, nesse contexto, as famílias cristãs terão “responsabilidade”
acrescida, já que “têm uma doutrina da Igreja que os chama a ser cidadãos ativos e
interventivos”. Depois de, em 2010, ter levado a debate a “essência da família”
o Departamento Nacional da Pastoral Familiar (DNPF) decidiu este ano refletir sobre
o modo como pais e filhos podem assumir um compromisso de verdade, particularmente
em três áreas distintas: cidadania, transcendência e afetividade Para Graça Delgado,
coordenadora daquele organismo, as dificuldades económicas e sociais só se constituirão
como um obstáculo para a relação familiar se pais e filhos esquecerem aquilo que realmente
os une. A perceção de que há algo maior que liga as pessoas, para além das realidades
materiais e terrenas, faz parte da essência da família cristã e, segundo o padre José
Frazão, deve ser cultivada desde cedo.