2011-10-28 11:45:23

Caso Asia Bibi: pedido silêncio aos meios de comunicação


Islamabad (RV) – “Faço um apelo aos meios de comunicação para que, de agora em diante, façam silêncio sobre o caso de Asia Bibi. É necessário, não para esconder a verdade ou calar os meios de informação, mas para poder agir realmente para a salvação da mulher, longe dos holofotes e atenções dos grupos fundamentalistas. Faço apelo à consciência e responsabilidade de todos”: é o apelo feito através da agência Fides, por Paul Bhatti, irmão do ministro assassinado, Shabhaz Bhatti, e Conselheiro Especial do Primeiro Ministro para os Assuntos das Minorias Religiosas.

“O caso de Asia Bibi – explica Bhatti à Fides – é um caso trágico, mas não o único: existem centenas de outras pessoas que sofrem por causa de abusos da lei sobre a blasfêmia. Como governo, estamos convictos de que a lei deve ser emendada ou abolida, mas é preciso encontrar o caminho e o momento justo”.

Na fase atual, existe uma retomada dos protestos dos fundamentalistas islâmicos em favor de Mumtaz Qadri, assassino de Salman Taseer, ex-governatore do Punjab, que defendeu Asia Bibi e pediu uma modificação da lei sobre a blasfêmia. Qadri foi condenado à morte e agora está em andamento o processo de apelo junto ao Supremo Tribunal de Islamabad. Bhatti afirma: “Que Mumtaz Qadri, um criminoso, possa ser proclamado herói nacional pelos movimentos islâmicos extremistas é inaceitável, por um elementar senso de justiça e humanidade, e não tanto por princípios de fé”.

No entanto, o juiz Pervez Ali Shah, que condenou à morte Qadri em primeira instância, foi obrigado a deixar o país, por ameaças recebidas por grupos extremistas. Segundo o Conselheiro, “para melhorar as condições das minorias religiosas no Paquistão, é preciso trabalhar por uma mudança de mentalidade e de cultura nos país, trabalhando em duas direções: a educação e o diálogo inter-religioso, para que se possam promover valores comuns a todos como o respeito pela vida, a tolerância, a construção de uma nação pacífica”.

“"Recentemente encontrei mais de 50 imames (chefes de oração islâmica) e debatemos sobre alguns temas”, conta Bhatti à Fides. Também do exterior, prossegue Bhatti, “encontrei representantes religiosos islâmicos da Turquia e Indonésia, confrontando-me sobre méis e modalidades para reduzir a intolerância. É urgente uma educação de nível universitário para todos os imames, para conter as escolas de pensamentos fundamentalistas”. (SP)








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